Ricardo Cidade, atualmente proprietário da Quinta do Avô João onde são produzidas culturas hortícolas e café, tem um gosto pela agricultura desde novo.
Natural da Ribeira Quente, quando iniciou os seus estudos em Ponta Delgada voltava sempre que podia à terra natal para ajudar o seu pai na agricultura, até porque considerava esta atividade uma escapatória ao stress do dia-a-dia.
Atualmente a Quinta do Avô João tem cerca de 200 plantas de café, algumas já com 30 a 40 anos de idade, e das quais 52 estão em produção.
Toda a produção referente a este ano agrícola foi exportada para o Alasca. Esta oportunidade surgiu aquando da participação de um coffee roaster estrangeiro num workshop de artesanato onde também participou a esposa de Ricardo Cidade, resultando numa visita à produção de café. No local o coffee roaster teve a oportunidade de torrar o café e admitiu situar-se ao nível do melhor café produzido na Costa Rica, não sendo sequer necessário adicionar açúcar.
Um dos desafios da produção de café em S. Miguel é a colheita, uma vez que a maturação do grão não se dá uniformemente, havendo a necessidade de fazer uma seleção dos grãos a colher, o que exige mais tempo e mão de obra.
Nos Açores, as variedades mais cultivadas são a Bourbon Amarelo e a Caturra Vermelha. Contudo, estudos desenvolvidos pela equipa técnica da Delta Cafés, num projeto conjunto com a APAC – Associação de Produtores Açorianos de Café – indicam novas variedades de interesse que poderão minimizar os custos como a mão de obra, na medida em que o amadurecimento do grão será mais homogéneo, bem como em termos de produtividade
De momento, Ricardo Cidade, encontra-se no processo de certificação em Modo de Produção Biológico, embora já aplique as práticas deste modo de produção.
- Artigo completo publicado na edição impressa de agosto/setembro 2020.
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