Hoje na Herdade Entreáguas já se consegue produzir azeitona com Resíduo 0, resultado de um trabalho com suporte técnico da Fitolivos que lhe trouxe soluções mais amigas do ambiente e do consumidor.
A Herdade Entreáguas situa-se na margem esquerda do Guadiana, mais concretamente no concelho de Serpa, “numa zona de excelentes azeites”, assegura Luís Pacheco, o gestor agrícola da Herdade que contabiliza uma área aproximada de 320 hectares de olival.
Trata-se de um olival intensivo, com cerca de 400 plantas por hectare, todo regado, inserido no perímetro de rega de Alqueva. Inclui diferentes variedades de azeitona, nomeadamente ‘Cordovil’, ‘Cobrançosa’, ‘Arbequina’ e ‘Frantoio’, de forma a diversificar e escalonar a colheita. Alguma primazia para a ‘Arbequina’, variedade que nos últimos anos se tem plantado mais na Região e que “por ser mais precoce é menos suscetível a problemas sanitários e origina azeites frescos e verdes”.
As principais dificuldades identificadas por Luís Pacheco registam-se ao nível da mão de obra para os trabalhos da colheita e do baixo preço pago pela azeitona, sem perspetiva de que nesta campanha haja grandes melhorias. Neste momento a Herdade vende a azeitona a lagares da região, mas já está a ser pensada uma alternativa para o futuro. Nesse sentido, investiu já numa máquina de limpeza para enviar a azeitona mais limpa possível no sentido de ser mais valorizada. Todos os anos é plantada mais alguma área de olival, “embora seja cada vez mais difícil conseguir mais terra disponível a preços acessíveis”. Por outro lado, as perspetivas para esta campanha não são as melhores devido a uma baixa de produção e ao preço praticado pelos lagares da região.
Luís Pacheco argumenta que na Herdade não tem havido problemas sanitários, pois, com a tecnologia utilizada e fruto de um forte do apoio técnico, as árvores estão mais nutridas e com imunidade reforçada em relação aos agentes patogénicos. E este é o resultado de uma longa parceria com a Fitolivos e que tem ido ao encontro das premissas da Herdade: árvores mais saudáveis e um solo mais vivo, o que passa pela utilização de menos químicos e a prática de uma agricultura mais sustentável e amiga do ambiente. Em resultado dos conhecimentos que a Fitolivos trouxe para a Herdade Entreáguas, “abandonaram-se os cobres inorgânicos passaram a utilizar-se apenas cobres orgânicos”, conseguindo manter o olival livre de doenças. Além disso, adotou também outras práticas como nutrir mais as plantas com bioestimulantes, indutores de defesa e promotores da vida microbiana.
“Nestes últimos anos não temos tido problemas e passámos para um olival mais nutrido e mais verde”
Do portefólio da Fitolivos, na Herdade Entreáguas selecionam-se vários produtos, tais como o ‘Glopper’, definido como um gluconato de cobre e também o ‘Quicelium’, que ajuda ao vingamento e à melhoria de rendimento de azeite. Está também a aplicar ‘Orsilik’, um silício para aumentar a resistência ao stress hídrico e aumentar a resistência da epiderme da azeitona para combater stress biótico. O ‘Olivopower’, um produto com boro, magnésio e enxofre e ainda o ‘Triamin RAC’ muito rico em aminoácidos. O ‘Ligmomix é usado em pós-colheita e no início da primavera, sendo um indutor de defesas para doenças vasculares como o Verticilium e Phythopthora.
Aplica ainda o ‘Fortik SOLID’, um produto à base de potássio e enxofre e o ‘Superfifty’, que “são algas de excelente qualidade”.
Com este programa o gestor agrícola admite estar num grau de eficácia e satisfação ao nível de excelência, “pois nestes últimos anos não temos tido problemas e passámos para um olival mais nutrido e mais verde”.
Com o suporte técnico da Fitolivos hoje a Herdade Entreáguas consegue produzir azeitona com Resíduo 0
O suporte técnico da Fitolivos é permanente, com a vantagem de ter trazido uma forma diferente de olhar para o olival “procurando soluções mais amigas do ambiente e do consumidor”. É com o apoio do próprio responsável pela Fitolivos, António Coelho, que hoje a Herdade consegue produzir azeitona com Resíduo 0.
E esse foi desde sempre um dos objetivos da Fitolivos, que nasceu a partir de uma oportunidade gerada pelo crescimento da área de olival nomeadamente no Alentejo. Isto é, “desenvolver produtos e novas tecnologias de forma a diminuir, muito, a aplicação de produtos fitossanitários e começar a produzir azeite de Resíduo 0”, tal como já está a acontecer.
O olival hoje representa 75% das suas vendas, com uma quota de mercado muito elevada no superintensivo. António Coelho declara que vai na quinta campanha e os resultados no terreno têm sido muito positivos, com os agricultores que experimentaram a não quererem trocar por outros, e exemplifica com o caso do “Glopper’. “O agricultores trocam os cobres inorgânicos por GLOPPER e nunca mais querem outro, pois é liquido, sistémico, não é lavado com a chuva e tem um excelente resultado como indutor de defesa”.
Não é caso único e a empresa está com ensaios e campos de demonstração a decorrer, cujos resultados se revelam muito interessantes, “pois com indutores de defesa podemos melhorar muito o estado sanitário das planta”.
António Coelho admite uma grande revolução tecnológica no olival a todos os níveis e no segmento onde a Fitlolivos opera acredita que irá dar-se um grande salto qualitativo nos próximos anos. Ou seja, está a verificar-se uma mudança na forma como se olha para o microbioma do solo, encarando-o como o principal elemento de um potencial produtivo a atingir. “Está provado cientificamente que o solo e a sua vida microbiana é a solução para muitos problemas que hoje nos defrontamos tais como: stress hídrico, mudanças climáticas, problemas de sanidade ao nível de fungos e pragas, bloqueios de nutrientes, falta de produtividade, salinidade, fadiga, etc. Estamos a tempo e temos uma oportunidade de ouro de mostrar que queremos a sustentabilidade do olival, mas para isso temos que tratar do solo de outra maneira”, argumenta António Coelho.
Nesse seguimento, para a próxima campanha a Fitolivos preparou uma série de produtos que vão ajudar os agricultores a resolverem parte dos problemas do solo. Inclui-se uma matéria orgânica sólida 100% vegetal e as micorrizas, essenciais para a regeneração dos solos para complementar o ‘Cripthum’, um produto à base de ácidos húmicos e fúlvicos, altamente concentrado com pH 4, ou seja pode ser aplicado pela rega com qualquer tipo de fertilizante (…).
Leia o artigo completo na edição de novembro 2020.