Em entrevista exclusiva à Revista Voz do Campo, Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e administrador do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), partilhou a longa história da Feira Nacional de Agricultura (FNA), os desafios e as inovações tecnológicas apresentadas, para além das suas expetativas para o futuro deste evento.
A história da feira: do ribatejo a nacional
À entrada da feira, um túnel histórico exibe a evolução do evento com fotografias e comentários que remontam aos primeiros dez anos da feira, que começou como a Feira do Ribatejo e, a partir de 1964, passou a ser conhecida como Feira Nacional de Agricultura. “A revolução de 1974 marcou um período de boicote à feira por parte dos produtores de gado, e os tempos conturbados de 1975 refletiram-se na ausência de muitos expositores”, lembra Mira. A adesão de Portugal à União Europeia em 1986 trouxe novos desafios e oportunidades para a agricultura nacional, refletidos também na feira.
Temas e inovações recentes
Nos últimos anos, a FNA tem adotado temas específicos para focar as inovações no setor agrícola. Este ano, o destaque foi a pecuária, um setor que ocupa 64% da superfície agrícola útil portuguesa e que foi severamente penalizado na última reforma da Política Agrícola Comum (PAC). “O objetivo foi chamar a atenção para a importância da pecuária extensiva na ocupação do território e para a necessidade de alterar a PAC para equilibrar os cortes sofridos pelo setor”, explicou Luís Mira.
Concursos, condecorações e reconhecimentos
Durante os nove dias do evento, a FNA promoveu diversas atividades, incluindo um concurso fotográfico sobre raças autóctones que contou com mais de 200 participantes e 600 fotografias. “As fotografias, como a vencedora de Jorge Bacelar, demonstram a beleza e a arte presentes no mundo rural”, destacou. Além disso, houve várias condecorações e distinções, reconhecendo os 70 anos de história da feira e o trabalho de todos os que contribuíram para o seu sucesso. “Se Celestino Graça não tivesse criado esta feira, e se José Manuel Casqueiro não tivesse investido na infraestrutura, hoje não estaríamos aqui”, reconheceu Mira.
Participação política e institucional
A FNA 2024 contou com a presença massiva de membros do governo, incluindo uma inédita participação dupla do Presidente da República. “A feira foi um palco para todos os grandes setores e instituições do país, refletindo um virar de página após um período difícil para a agricultura”, afirmou o nosso entrevistado (…).
→ Leia o artigo na reportagem completa da Feira Nacional de Agricultura 2024 na Revista Voz do Campo: edição de julho 2024