O projeto “AI4Leafhopper: Automatic Infestation Alert for Leafhopper using Drone Imagery” utilizará tecnologias avançadas, como drones para controlar as infestações provocadas pela cigarrinha-verde nas vinhas do Alentejo, fornecendo de forma automática indicações espaciais e temporais do início da infestação.
Falámos de um projeto liderado pelo InnovPlantProtect (InPP), e é um dos seis vencedores da 1ª edição das candidaturas PULL do programa Horizonte Europa ICAERUS, na categoria “Agricultura, Floresta e Desafios Rurais”, focada em utilizadores finais que podem usar drones e os seus serviços para enfrentar desafios comerciais e/ou rurais da comunidade.
A cigarrinha-verde (ou cicadela) é uma praga emergente de grande preocupação, que afeta o rendimento e a qualidade da produção de vinho. No entanto, as soluções para o controlo desta praga são muito limitadas e de eficácia inconsistente entre diferentes anos, principalmente em modo de produção biológico. No contexto atual das alterações climáticas na região do Alentejo, a cigarrinha-verde representa um dos maiores desafios com que os produtores vitivinícolas se debatem em termos de pragas, com um impacto moderado a elevado na produção.
“O AI4Leafhopper tem como objetivo desenvolver um sistema inovador que utiliza dados recolhidos ao nível do ar e do solo, combinando imagens captadas por drones com dados populacionais de cigarrinhas recolhidos por armadilhas convencionais”, explica iLaria Marengo, investigadora do InPP responsável pelo projeto.
“O sistema será concebido para informar o agricultor sobre quando, onde e com que intensidade a cigarrinha está a atacar as suas vinhas, prevendo o risco do nível crítico de sintomas com até duas semanas de antecedência e, detetando com antecedência plantas sintomáticas”, acrescenta Manisha Sirsat, investigadora do InPP também envolvida no AI4Leafhopper.
As soluções digitais propostas pelo AI4Leafhopper permitirão aos produtores de vinho minimizar os custos e o impacto ambiental da aplicação de pesticidas, reduzindo as aplicações fitoquímicas e as emissões de CO2, graças à aplicação precisa (espacial e temporal) destes produtos, bem como reduzir os custos da melhoria da qualidade do vinho na pós-colheita. Adicionalmente, estas soluções permitirão também aos viticultores aproveitarem melhor o seu horário de trabalho e recursos, através da redução do tempo dedicado à vigilância de pragas e permitindo decisões mais rápidas sobre o controlo das mesmas.
Para além do InPP, o projeto AI4Leafhopper integra as empresas Reynolds Wine Growers e João Portugal Ramos, com as quais o Laboratório Colaborativo tem estado a trabalhar desde 2021 e 2023.
Para as empresas parceiras interessa saber mais sobre a cigarrinha-verde.
“Na João Portugal Ramos interessa-nos saber mais sobre esta praga. Nos últimos dois anos fomos bastante fustigados e, mesmo com tratamentos químicos, foi completamente impossível controlar esta praga. Se tivermos mais conhecimento sobre esta, sabemos a melhor altura para a tentar controlar, assim que surgem os primeiros sintomas”, explica Marco Laranjo, diretor de Viticultura do Alentejo da João Portugal Ramos (…).