O Olivoturismo ou Oleoturismo é uma nova oportunidade de negócio e de criação de valor para o setor Olivícola, não estivéssemos nós num dos países produtores de azeite por tradição. Se não, vejamos: o setor olivícola em Portugal tem um peso significativo na economia agrícola do país e prova disso são os números das exportações que, nos últimos 20 anos, aumentaram 12 vezes em volume e 18 vezes em valor, sendo hoje o 6º maior produtor de azeite no mundo e 3º maior exportador da União Europeia.
O setor olivícola nacional tem crescido, evoluído, apostando na modernização, na tecnologia, na inovação e no conhecimento, o que leva ao reconhecimento internacional dos azeites portugueses, reforçando a sua posição enquanto país produtor de azeite de alta qualidade.
É aqui, neste país de clima mediterrânico, que podemos encontrar a união de vários fatores, que ano após ano, atraem milhares de turistas. É o sol, o mar, os campos verdejantes onde as culturas vivem em harmonia e uma gastronomia ímpar.
Vivemos num país marcadamente rural, onde a cultura do olival faz parte da economia familiar, é fonte de sustento e alimentação, é história e cultura. E é na região Alentejo onde podemos encontrar esta marca de séculos e séculos de produção, dedicação e resiliência, destacando o papel determinante do azeite na dieta mediterrânica, património cultural imaterial da humanidade.
O Alentejo é hoje a principal região produtora de azeite em Portugal, contando com cerca de 85% da produção nacional e os azeites aqui produzidos estão entre os melhores do mundo, sendo consecutivamente distinguidos pelas suas caraterísticas organoléticas únicas.
No trabalho em prol da promoção do Azeite Português, e em particular do Azeite do Alentejo, o CEPAAL- Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo tem sido pioneiro, construindo dinâmicas e atividades que permitam levar mais longe o nome Azeite do Alentejo. Aliar o olival ao turismo é um dos objetivos do CEPAAL que, ao longo dos anos, e à semelhança de outras organizações internacionais, tem trabalhado na construção de um circuito turístico intitulado Rota do Azeite do Alentejo.
A Rota do Azeite do Alentejo nasceu numa altura em que o tema do Olivoturismo era pouco abordado, mas que se mostrava pertinente para alguns dos produtores do Azeite do Alentejo. Em países como Espanha, Grécia, Itália, é normal vermos a cultura do olival associada ao turismo. É, aliás, muitas das vezes o storytelling dos roteiros a vender o produto, trabalhando assim o mercado da “nostalgia”.
É verdade que em Portugal este ainda é um tema pouco explorado e são poucos os dados que possuímos, mas consideramos que é fundamental investir nesta vertente que o setor olivícola proporciona, podendo ser esta mais uma possibilidade do nosso setor, permitindo: Educar o consumidor, preservando e transmitindo conhecimento sobre a olivicultura; Valorizar o produto, acompanhando todo o processo de extração e levando ao reconhecimento do azeite como produto de alta qualidade; Conservação e Sustentabilidade, promovendo práticas agrícolas sustentáveis, a conservação do olival tradicional, ecologicamente importante e culturalmente significativo e a preservação do património histórico; Desenvolvimento Rural, como motor de desenvolvimento económico e social, criando novos empregos, sinergias e promovendo outras atividades económicas (…).
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→ Leia este e outros artigos completos na Revista Voz do Campo: edição de agosto/setembro 2024 (especial Olival & Azeite)
Autoria: Filipa Velez, Diretora Executiva do CEPAAL