O LivingSoiLL reúne 50 parceiro de 6 países – Portugal, França, Espanha, Itália, Polónia e Bélgica –, com um objetivo comum: promover e recuperar a saúde dos solos europeus. O projeto pretende, assim, responder a uma das principais preocupações do Pacto Ecológico Europeu e da Missão Solo, estabelecida pela Comissão Europeia.
A União Europeia debate-se atualmente com a degradação do solo, que está indubitavelmente ligada à intensificação da agricultura. Um novo paradigma de gestão do solo, da sua monitorização, restauro e proteção deve, então, ser um esforço coletivo dos agricultores, cientistas, empresas, políticos e cidadãos.
Partindo deste contexto, o projeto LivingSoiLL vai estabelecer cinco Laboratórios Vivos focados na promoção da saúde dos solos de cinco culturas permanentes: vinha, olival, castanheiro, aveleira e macieira. Com o envolvimento de empresas, administrações públicas, universidades e outros agentes de investigação, agricultores, consultores agrícolas e comunidades locais, os laboratórios constituir-se-ão como ecossistemas participativos de inovação. Cada Laboratório Vivo será um fórum de troca de experiências e melhores práticas de gestão do solo, onde o conhecimento formal e científico se encontrará com o know-how baseado na experiência dos agricultores.
Laboratório Vivo no norte de Portugal e na Galiza focado na vinha e no olival.
Para além da coordenação geral do projeto, a UTAD será também responsável pela coordenação do Laboratório Vivo Luso-Galaico, que se centrará na vinha e no olival, as duas culturas permanentes com maior importância no norte de Portugal e na Galiza. Este Laboratório Vivo inclui um conjunto de 14 parceiros, onde se destaca a forte colaboração entre instituições de ensino/investigação (UTAD, Universidade do Porto, Universidade de Vigo) e o setor empresarial vitivinícola e oleícola.
Na coordenação dos restantes quatro Laboratórios Vivos (LV), destacam-se os seguintes parceiros internacionais: a Universidade de Turim (Itália), a coordenar o LV de NW Itália-Piemonte, dedicado à vinha, ao castanheiro e à aveleira; a Universidade de Jaen (Espanha), a coordenar o LV Andaluz, dedicado ao olival; a Universidade de Ciências da Vida de Varsóvia (Polónia), a coordenar o LV de Grójec, dedicado à cultura da macieira; e o Instituto Francês da Vinha e do Vinho (França), a coordenar o LV Loire Valley & Beaujolais, dedicado à vinha.
As ações nos cinco países funcionarão de forma autónoma, mas interligadas entre si, através do intercâmbio de boas práticas e conhecimentos aplicados às diversas realidades regionais. Em todos os Laboratórios Vivos o foco será a promoção de solos saudáveis e de serviços ecossistémicos, através da co-criação e co-implementação de soluções inovadoras para reduzir a erosão, melhorar a estrutura do solo, reduzir os impactos da utilização intensiva de fertilizantes e pesticidas, aumentar o armazenamento de água, reforçar a biodiversidade e a resiliência global do solo.
Entre os principais objetivos do projeto estão ainda, por um lado, o aumento da literacia sobre este tema na sociedade, e, por outro lado, a produção de recomendações políticas sobre as melhores práticas de gestão do solo em culturas permanentes.
Esta iniciativa pretende incluir pelo menos 50 locais de experimentação (experimental sites) e 10 explorações “modelo” (“lighthouses”), com a participação ativa de mais de 2000 atores locais. Com esta abordagem, pioneira a nível europeu, o projeto LivingSoiLL pretende contribuir para que a União Europeia mantenha solos saudáveis para as gerações futuras, resultando numa produção de alimentos mais sustentável, na regulação da água e do clima e na conservação da biodiversidade (…).
→ Leia o artigo completo na Revista Voz do Campo: edição de julho 2024
Autoria: Cristina Carlos¹ , Lígia Pinto¹ , Isabel Pereira², Ana Solange Leal²
¹ Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Vila Real
² INOVA+, Innovation Services, S.A.