As exportações da indústria alimentar e das bebidas alcançaram 3.991 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2024, uma subida de 9,46% em comparação com igual período de 2023, revelam os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística.
Com as vendas para países da União Europeia a representarem 2.700 milhões de euros, o que traduz um aumento de 13,87% face ao primeiro semestre de 2023, os dados do INE revelam ainda que as vendas para fora da UE cresceram apenas 1,25%. Ou seja, no primeiro semestre de 2024 as exportações da indústria alimentar e das bebidas para fora do espaço europeu cifraram-se nos 1.291 milhões de euros.
Por países, a Espanha ocupa o primeiro lugar no pódio das nações da União Europeia que mais compra à indústria alimentar e das bebidas portuguesa. Nos primeiros seis meses de 2024 o país vizinho absorveu 1.504 milhões de euros à indústria nacional, o que representa um aumento a dois dígitos (12%) face a igual período de 2023. O segundo lugar do pódio dos países europeus que mais compra a Portugal pertence à França. Nos primeiros seis meses de 2024 o país que organizou as Olimpíadas 2024 comprou à indústria alimentar e das bebidas portuguesa bens no valor de 354 milhões de euros, o que traduz um crescimento de 4% face ao primeiro semestre do ano passado.
Itália e Alemanha ocupam, respetivamente, o terceiro e quarto lugares nos países que mais contribuem para as vendas da balança comercial da indústria alimentar e das bebidas. Itália regista mesmo um crescimento de 32% face a igual período homólogo (primeiro semestre) de 2023, o que traduz vendas no valor de 210 milhões de euros. As exportações para a Alemanha ficaram-se pelos 113 milhões de euros, o que indica um crescimento de 6%, segundo os dados do INE.
No resto do mundo, destaca-se o Brasil que absorveu bens no valor de 336 milhões de euros, e com isso impulsionou as exportações da indústria alimentar e das bebidas em cerca de 25% face ao primeiro semestre de 2023.
No cômputo global, Espanha, França, Brasil, Itália e Alemanha são os países que absorveram 63% do total das exportações da indústria alimentar e das bebidas.
Ainda por comparação a igual período de 2023, o défice da balança comercial da indústria alimentar e das bebidas decresceu e situa-se agora em 8,63%.
“O setor agroalimentar nacional continua a crescer muito à custa do aumento das exportações e ganhos de quota internacionais, dada a qualidade e inovação dos produtos portugueses. No entanto, incongruências no IVA e os Impostos Especiais sobre o Consumo criam entraves às empresas, sobretudo, no mercado interno o que as leva a procurar alternativas noutras geografias”, alerta Jorge Henriques, presidente da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares.
A indústria alimentar e das bebidas é a indústria transformadora que mais contribui para a economia nacional, tanto em Volume de Negócios (€22,4 mil milhões) como em Valor Acrescentado Bruto (€3,8 mil milhões). Indústria transformadora que mais emprego gera (é responsável por mais de 112 mil postos de trabalho diretos e cerca de 500 mil indiretos), assume, simultaneamente, uma grande importância no desenvolvimento do tecido empresarial – nomeadamente nas zonas do interior onde o setor situa as suas unidades industriais – e na afirmação do potencial de evolução da autossuficiência alimentar do país.