“A silagem está feita, o silo está fechado e nós estamos cansados. O stress agora é menor mas não podemos parar. Ainda temos de ajudar na silagem quem nos ajudou e começar a preparar as sementeiras dos terrenos mais frescos no imediato e dos restantes até ao fim de Outubro.
Terminámos a silagem de 2024 no dia 11 de Setembro. Nesse mesmo dia, em 2001, quando caíram as torres gémeas, eu também andava a ensilar, ainda com o trator e a máquina de ensilar uma linha de cada vez, num campo mais distante, mas estava ainda a começar as colheitas. No ano 2000, na primeira vez que usámos uma automotriz para cortar o milho, a data escolhida foi o 5 de Outubro. Alguns dias antes veio uma cheia e tivemos que deixar uma parte da área para desfolhar… de galochas.
Mais atrás, as minhas memórias de silagem na infância e juventude, para além de incluir cortar à foucinha as 3 linhas para abrir caminhos e meter o milho à posta na máquina, ir para cima do reboque fazer a carga com o ancinho e espalhar a silagem com o gancho também à mão no silo, tiveram ainda anos de milho caído por causa dos temporais e outro cortado à mão por causa da chuva. Por isso procuro colher o mais cedo possível, mas sem comprometer a qualidade da silagem.
Para colher cedo semeio o mais cedo possível. Este ano tive como objetivo semear o milho a 15 de Abril, fazer a silagem no final de Agosto e tirar agora uns dias de férias. A chuva abundante da primavera e do início do verão trocou-me as voltas, mas apesar dos atrasos consegui fazer as sementeiras entre 20 e 25 de Abril. A sementeira precoce tem ainda a vantagem de reduzir os ataques de insetos do solo após a sementeira.
Tendo semeado 10 dias mais cedo do que no ano passado, só foi possível colher uma semana mais tarde, porque a temperatura foi inferior. O ano passado foi excepcionalmente quente. Apesar disso, a chuva ajudou-nos a ter uma colheita mais abundante.
E as férias? Conseguimos tirar dois dias no final da sementeira, mais dois dias em Junho e uma semana no início de Agosto, o que foi a melhor opção porque agora não há tempo para parar.”