O setor apícola português é maioritariamente composto por pequenos apicultores, com uma significativa concentração de colmeias entre os poucos apicultores de maior escala. A apicultura em Portugal, conforme explicado pelo presidente da Fenapícola, Bruno Martins, enfrenta diversas dificuldades, refletindo desafios comuns em muitos setores da agricultura nacional. A apicultura historicamente foi tratada mais como um complemento do que uma atividade profissional principal. Porém, atualmente, os apicultores lidam com uma série de obstáculos que afetam a produção e a sustentabilidade do setor.
A Fenapícola tem trabalhado na promoção do mel português, incentivando a participação de cooperativas e associações associadas em eventos onde possam promover os vários tipos de méis.
Exemplo disso, foi a participação da Fenapícola na última edição da Feira Nacional de Agricultura no pavilhão da Confagri. “Quando estamos nestes eventos, o nosso objetivo principal é promover, explicar, e dar a conhecer os tipos de méis que existem de Norte a Sul do país. Falámos de méis monoflorais e multiflora, como rosmaninho, laranjeira, urze, eucalipto, alecrim (…) há grande diversidade. Conseguimos produzir méis neutros, com sabor doce, muito doces, e amargos”, caracteriza Bruno Martins. Para que a apicultura em Portugal se desenvolva e se torne mais rentável, é crucial para Bruno Martins criar condições de apoio direto aos apicultores, facilitando a profissionalização e a sustentabilidade do setor. “Foi anunciada uma medida agroambiental, onde pode ser uma ajuda aos apicultores (…) Apesar, de existir ainda um longo caminho a percorrer, esta medida já é um princípio”, fundamenta o presidente da Fenapícola.
Os grandes desafios do setor segundo o presidente da Fenapícola:
Alterações Climáticas: Mudanças no clima têm impactado negativamente a produção de mel, tornando as produções mais imprevisíveis e frequentemente menos abundantes.
Vespa veluntina: A presença de espécies como a vespa tem causado sérios problemas para as abelhas e, consequentemente, para os apicultores, aumentando os custos e dificultando a manutenção das colmeias.
Custos Elevados: Os custos operacionais para manter a apicultura têm aumentado, enquanto a produção não acompanha essa elevação, pressionando ainda mais a rentabilidade dos apicultores.
Falta de Apoio: Comparando com outros setores agrícolas que recebem apoio baseado na área cultivada, a apicultura, por ser um setor sem terra, não se qualifica para muitas das ajudas comunitárias.
Dificuldade de Profissionalização: Apesar dos esforços para profissionalizar o setor, muitos apicultores ainda tratam a atividade como um hobby ou complemento da sua atividade principal.