Mais de 1.500 animais sem comida devido aos incêndios.
A Associação de rações para animais reativa em 2024 o projeto IACA Solidária, criado em 2017 e retomado em 2019, para apoiar produtores pecuários afetados pelos fogos.
A IACA, Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais, assinala no dia 3 de outubro, quinta-feira, pelas 10h30 a entrega solidária de rações para animais destinadas a pequenos produtores afetados pelos recentes fogos que assolaram Portugal. A iniciativa que conta com a presença do Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, do Secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, e do Presidente da Câmara Municipal de Castro Daire, Paulo Almeida, decorre em Castro Daire, no pavilhão do Grupo Desportivo e Recreativo de Granja, em Mões.
As primeiras 30 toneladas de alimentos compostos para animas já foram entregues a várias dezenas de produtores para responder às necessidades imediatas de mais de 1.500 pequenos ruminantes (ovinos) que estão em défice nutricional no centro de Portugal e, também, a bovinos de raça Arouquesa também afetados pelos incêndios ocorridos em setembro.
Estão a ser entregues alimentos para animais em São Pedro Sul, Castro Daire, Tábua, Carregal do Sal, Nelas, Penalva do Castelo e Arouca. A operação vai continuar nos próximos dias e enquanto for necessária, estando a ser implementada em articulação com o Ministério da Agricultura, Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), com a Ordem dos Médicos Veterinários e com os responsáveis veterinários dos municípios afetados pelos incêndios, tal como com as organizações locais de Produtores Pecuários.
Além da produção de carne para comercialização e consumo próprio, os pequenos produtores afetados pelos incêndios têm como uma das suas atividades a produção de queijo de ovelha para comercialização em pequenas e grandes superfícies. Esta é uma das suas principais fontes de rendimento. A maioria dos pequenos produtores afetados lida também com as questões relativas ao bem-estar animal, ameaçado não só pela falta de alimentação, como também pela fraca qualidade do ar que se verifica após a ocorrência dos incêndios, situações que em conjunto podem comprometer a produção de carne, leite e de queijo de ovelha nestas regiões.
Em 2024 os associados da IACA, através do projeto IACA Solidária, reiteram a disponibilidade para apoiar os pequenos produtores das zonas afeadas pelos incêndios. A iniciativa IACA Solidária teve início em 2017, envolvendo voluntariamente todos os associados da instituição, para prestar apoio aos produtores pecuários, e seus animais, afetados pelos incêndios que devastaram Portugal em junho e outubro desse ano. Foram oferecidas mais de 150 toneladas de alimentos para aninais e foi criada uma ração de emergência para garantir a subsistência dos mesmos. Em 2019, também para responder à necessidade de alimentar os animais de pequenos produtores das zonas de Vila de Rei e Mação, áreas afetadas por grandes incêndios nesse ano, o projeto IACA Solidária volta a ser reativado. Em 2024 a ajuda inicial cifra-se em 30 toneladas de alimentos compostos para animais. A IACA já demonstrou interesse na formalização do projeto IACA Solidária através da criação de um protocolo com a DGAV para resposta a situações de crise. A formalização desta colaboração visa permitir a resposta rápida a situações de emergência como as que se têm verificado nos anos mais recentes.
Estão diretamente envolvidas no apoio que agora se dá aos pequenos produtores afetados pelos fogos sete empresas associadas da IACA, designadamente, Nanta, Sorgal, Agrolex, Rações Valouro, Rações Zêzere, Vetalmex e De Heus.
Jaime Piçarra, Secretário-geral da IACA, diz “como sempre temos afirmado, com palavras e com ações, contribuir para o bem-estar animal, no que à alimentação diz respeito, e sermos solidários com as populações, é uma das missões desta Associação. É também importante, para que a nossa ajuda possa ser eficaz, que sejam ultrapassadas algumas questões técnicas e burocráticas que implicam que as premissas do Projeto IACA Solidária tenham de ser aprovadas pela Assembleia da República. Especificamente, é necessário que estas ajudas não tenham impacto no IRC e no IVA cobrado às empresas. Apesar dessas limitações, reconhecidas pelo Ministro da Agricultura, voltamos a estar presentes. Não poderíamos fazer outra coisa.”