Balanço da campanha da minha produção de milho em Vila do Conde:
Sementeiras atrasadas 15 dias por causa da chuva, mas ainda assim relativamente cedo, entre 15 e 25 abril.
Alguma dificuldade no controlo da milhãs com Herbicidas pós emergentes, provavelmente por causa da chuva.
Bom controlo dos pássaros com as sementeiras com bird protect.
Ausência de problemas com insetos do solo por semear cedo e provavelmente porque morreram afogados com tanta água na primavera. Economia de água de rega até julho por causa da chuva.
Boa produção nos terrenos onde não há água disponível por causa da chuva.
Atraso na colheita de milho silagem e milho grão por causa do atraso da sementeira e da baixa temperatura no verão.
Consegui escapar aos temporais por semear e colher cedo, mas caíram muitos milhos de agricultores vizinhos, e mesmo quando as máquinas conseguem colher, gasta-se o dobro do tempo (e dinheiro) na colheita, desgastam-se as máquinas e leva-se terra para o silo. Dificuldade na colheita do milho grão por causa da chuva no Outono.
Produção de silagem com quantidade acima da média e com teor de amido abaixo da média, por causa da falta de temperatura, mas boa digestibilidade da silagem. Não temos balança, portanto falar de quantidades será especular.
A produção de milho grão é quantificável mas não é comparável porque deixei para o milho grão alguns dos terrenos onde parte das plantas do milho costumavam secar por dificuldade de rega (o que criava bolsas de forragem seca no meio do silo). Com ciclo 400, produções de 12 toneladas, 14 toneladas e 16 toneladas em diferentes parcelas.
Destruir e enterrar a palha após o milho grão é outra dificuldade, porque se pretende ter a sementeira das forragens de inverno feitas até ao fim de Outubro, porque precisamos da forragem para os animais e porque é suposto ter o terreno com “cobertura” a meio de Novembro.
Muitos agricultores que experimentaram o milho grão em anos anteriores voltaram a produzir milho silagem para vender, por causa das dificuldades de colheita, porque veio chuva muito cedo o ano passado, porque para os prestadores de serviços a silagem é prioridade, porque as ceifeiras existentes são quase todas muito antigas, porque é difícil organizar o transporte, etc, etc… E porque o preço do milho grão é baixo e entretanto quem compra silagem também percebeu que tinha de pagar mais do que pagava há meia dúzia de anos.