A Fenafloresta é uma Federação que reúne cooperativas de produtores e proprietários florestais, além de associações de produtores. É assim que Hugo Almeida, secretário-geral da Fenafloresta, a caracteriza e tem como principal objetivo defender os interesses dos seus associados. “A nossa missão é semelhante à de qualquer federação ou associação, que é proteger e promover os interesses dos seus membros”, adianta o secretário-geral da Fenafloresta, argumentando que “a Federação tem mantido um diálogo constante com o Governo, tanto o anterior quanto o atual, visando identificar as oportunidades de melhoria para o setor florestal”.

Uma das principais linhas de atuação da Fenafloresta tem sido a transformação da paisagem florestal para torná-la mais resiliente e gerível, em particular, executar das Operações Integradas de Gestão da Paisagem (OIGPs). Hugo Almeida destaca que a “Fenafloresta está preocupada com a rentabilidade dos proprietários florestais e a relação destes com a indústria”. Nesse sentido, diz o secretário-geral que foram estabelecidos protocolos e parcerias estratégicas com a indústria da pasta e papel (em particular com a The Navigator Company), “alinhando os interesses dos proprietários e da indústria para minimizar riscos, especialmente o perigo de incêndios florestais”.

As cooperativas, associações e empresas florestais demonstram um compromisso contínuo com a gestão florestal ao longo do ano. “Durante o ano inteiro, estão preocupadas e atuam na floresta, seja a fazer resina, a produzir madeira para produção de pasta de papel, e ou para a produção de paletes ou de mobiliário”, detalha Hugo Almeida, sublinhando ainda que “este envolvimento contínuo reflete a preocupação constante do setor com a sustentabilidade e a gestão eficiente dos recursos florestais”.
Para o dirigente a resina, que teve um papel crucial no desenvolvimento das regiões do pinhal interior, está a voltar, o que tem implicações positivas para o território. “Há mais pessoas no território, significa que há mais vigilância. Há mais gestão, porque a partir daí vão começar a ter uma fonte de rendimento”, realça ainda. A diversidade de produtos florestais é vastíssima e tem um potencial enorme. “Temos a resina, a madeira de eucalipto e de pinheiro, o medronheiro, o carvalho, e muitos outros”, enumera Hugo Almeida.
O mundo está em constante mudança, e o setor florestal não é exceção. O secretário-geral da Fenafloresta destaca a importância da inovação e da tecnologia para a modernização do setor. “Hoje em dia, há um vasto conjunto de tecnologia, o acesso à informação é mais facilitado, e isso pode ajudar os técnicos das organizações de produtores florestais e empresas a capacitar as suas entidades com estas novas tecnologias e assim serem mais eficazes na sua missão de apoio aos proprietários e produtores florestais e de gestão do território (…). Hoje em dia por satélite conseguimos monitorizar o território de forma rápida e eficaz, com um telemóvel conseguimos, por exemplo, fazer uma avaliação com elevado nível de confiança de volume de madeira que tem um povoamento”, observa.
Ao terminar, o dirigente destaca o recente projeto da Fenafloresta que passa pelos produtos que protegem a floresta dos incêndios que agregam vários setores de atividade. Este projeto pretende valorizar um grande conjunto diversificado de produtos da floresta “desde o medronho, a castanha, o mel, passando pelos ruminantes que ajudam a reduzir a carga de combustível e fixam ao mesmo tempo as pessoas nos territórios, para além de criarem riqueza”.
→ Reportagem publicada na edição de outubro 2024.