Estando a produção de pequenos frutos principalmente centrada na região de Odemira, a maior região produtora de framboesas a nível nacional, existe uma enorme pressão sobre os diferentes recursos naturais, sendo a água o recurso mais crítico, no contexto das alterações climáticas que o mundo enfrenta. Foi neste contexto que se realizou no passado dia 26 de setembro o Dia Aberto do Polo de Inovação da Fataca, uma organização conjunta do INIAV, IP e do Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Sector Agroflorestal na Sociedade Recreativa São Teotoniense durante a manhã e à tarde no Polo de Inovação da Fataca.

O Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P., Laboratório de Estado da área de competências da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, possui uma herdade experimental no perímetro regado do Mira onde promove atividades de investigação, experimentação e demonstração, coopera com instituições científicas e tecnológicas, nacionais ou estrangeiras, e participa em atividades de ciência e tecnologia, designadamente em consórcios, redes e outras formas de trabalho conjunto, promovendo o intercâmbio e a transmissão de conhecimentos com entidades públicas e privadas, nomeadamente através da celebração de acordos e protocolos de cooperação. Com a aprovação da Agenda de inovação para a agricultura 20/30 ficou estabelecido que a Herdade passaria a constituir um Polo da rede nacional de inovação dedicado à fileira dos pequenos frutos. Neste sentido foram estabelecidos ao longo dos últimos sete anos diversos protocolos de colaboração técnico científica com diversas empresas e organizações de produtores do setor dos pequenos frutos. Estando a produção de pequenos frutos principalmente centrada na região de Odemira, a maior região produtora de framboesas a nível nacional, existe uma enorme pressão sobre os diferentes recursos naturais, sendo a água o recurso mais crítico, no contexto das alterações climáticas que o mundo enfrenta.

Na bacia hidrográfica do Mira a precipitação anual tem registado uma diminuição significativa (Figura 1) tendo-se verificado uma redução no volume de água armazenado na barragem de S. Clara que abastece todo o perímetro regado do Mira (Figura 2).

A escassez deste recurso colocou o sector agrícola de regadio numa encruzilhada face ao seu desenvolvimento. Desde há dois anos que foi necessário impor uma moratória no aumento das áreas de produção e um congelamento das dotações aos produtores.

Foi neste contexto que se realizou no passado dia 26 de setembro o Dia Aberto do Polo de Inovação da Fataca, uma organização conjunta do INIAV, IP e do Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Sector Agroflorestal que decorreu durante a manhã na Sociedade Recreativa São Teotoniense e à tarde no Polo de Inovação da Fataca.

O Dia Aberto começou com as boas-vindas por parte do presidente do INIAV, IP em que falou sobre o enquadramento do Polo nas atividades do Instituto e da importância das parcerias aí estabelecidas. Seguiram-se duas importantes apresentações, uma primeira sobre as condicionantes climáticas na produção de pequenos frutos, perspetivas para os próximos anos, da responsabilidade do Instituto Português do Mar e da Atmosfera e uma segunda pelo presidente da Associação de Horticultores, Fruticultores e Floricultores dos Concelhos de Odemira e Aljezur sobre o tema “Água: fator fundamental de competitividade dos pequenos frutos”. No segundo período da manhã foram apresentados dois temas, o primeiro sobre “Produtividade dos pequenos frutos num clima em mudança” da autoria da Professora Pauliina Palonen da Universidade de Helsínquia, e um segundo tema “Contributo dos bioestimulantes para o aumento da sustentabilidade e da resiliência às alterações climáticas em pequenos frutos” da autoria da Professora Susana Carvalho, Professora Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Investigadora do GreenUPorto.

O período da tarde foi dedicado à apresentação dos estudos estudos em curso no Polo de Inovação, em colaboração com as empresas parceiras, todos com o objetivo de praticar uma agricultura sustentável respeitadora do meio ambiente, justa do ponto de vista social e economicamente viável, respondendo às necessidades da produção, respeitando e protegendo os recursos naturais.

Os participantes foram divididos em pequenos grupos que percorreram todo a Herdade visitando os diferentes ensaios em curso. Foram apresentados de uma forma rápida os dois programas de melhoramento genético, que são uma das ferramentas que temos à nossa disposição para superar os desafios das alterações climáticas, selecionando plantas melhor adaptadas a um clima em transformação ou capaz de manter a sua produtividade utilizando menos recursos (…).

→ Leia o artigo completo na Revista Voz do Campo edição de novembro 2024, disponível no formato digital e impresso.