No passado dia 4 de outubro, mais de 50 participantes tiveram oportunidade de conhecer, no concelho da Pampilhosa da Serra, os trabalhos de gestão florestal realizados pela FlorestGal em pinhal-bravo à escala da paisagem.
Esta ação enquadrou-se numa visita de campo coorganizada com o Centro PINUS, juntamente com o Centro de Competências de Pinheiro-Bravo e a Sociedade Portuguesa de Ciências Florestais, acompanhada pelo Secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira. Quem visita as áreas percorridas pelos incêndios de 2017 fica apreensivo com a vulnerabilidade da paisagem que regenerou e que, na generalidade, não teve qualquer gestão. Não é o caso dos baldios da Pampilhosa da Serra e Pessegueiro, uma das exceções visíveis e que foram apresentadas na expectativa de inspirar a replicação da ação.
Em 2022 aqueles baldios celebraram um contrato de cessão de exploração com a FlorestGal, entidade que, em parceria, teve sucesso em canalizar o investimento público para o local, o que permitiu proteger o capital natural, reduzir acentuadamente o risco de incêndio e criar os alicerces para o futuro fornecimento regular de receitas provenientes do pinhal-bravo.
Desta visita resumem-se três mensagens como lições para o futuro, com o reconhecimento que muitas outras ficarão por registar aqui, mas persistirão nos conhecimentos dos mais de 50 profissionais que analisaram e debateram as opções técnicas testemunhadas.
1. Esperar pela regeneração natural pode demorar 4 a 5 anos
Na abertura da visita, a FlorestGal testemunhou como estava inicialmente previsto um projeto de arborização, que, após o habitual tempo de espera entre o pedido de apoio e a contratualização, revelou, no terreno, a agradável surpresa da presença de regeneração natural de pinheiro-bravo com densidade suficiente para assegurar a ocupação florestal.
Do ponto de vista técnico e económico a gestão daquela regeneração natural era a melhor opção. No entanto, o que visivelmente hoje foi a melhor opção, não teria sido possível de concretizar se não estivesse disponível uma fonte de financiamento público alternativa, com uma flexibilidade inexistente no PDR2020: uma candidatura que se destina a apoiar novas arborizações, sendo que uma 8.1.1, não permitiu financiar o aproveitamento de regeneração natural.
2. A importância da flexibilidade dos instrumentos de financiamento público
Foi do Fundo Ambiental que veio o financiamento para o aproveitamento da regeneração natural de 170 ha de pinheiro-bravo, numa intervenção total de 220 hectares. Graças a este facto, foi possível reduzir acentuadamente o investimento: o custo médio foi de 850 euros por hectare e estima-se que teria sido aproximadamente o dobro, caso a opção tivesse passado por nova arborização. A taxa de sucesso das arborizações também não teria sido a mesma. Naquela região, os danos causados por javalis e cervídeos têm sido um desafio para o sucesso das arborizações com folhosas (…).
→ Leia o artigo completo na Revista Voz do Campo – edição de novembro 2024, disponível no formato digital e impresso.
Autoria: Centro Pinus