Autoria: Judit Vallverdú, Ivet Caballé, Elena González e Francesc Domingo
• IRTA – Instituto de Investigación Y tecnología Agroalimentaria (Culturas extensivas sustentáveis)
Numa parcela agrícola, observam-se frequentemente zonas de produção diferenciadas. A cultura não se comporta da mesma maneira (crescimento, produção, nível de stress, etc.) em diferentes zonas da parcela. A delimitação e a caraterização destas zonas permitem definir as necessidades de fertilização em cada caso. Para tal, é necessário dispor de informações pormenorizadas sobre a parcela (tipologia do solo, crescimento da cultura, rendimento, etc.), que podem ser fornecidas pelas novas tecnologias disponíveis. No âmbito da agricultura de precisão, esta informação pode ser utilizada para elaborar mapas de prescrição de fertilização. É então necessário dispor de máquinas com tecnologia adequada que permita uma aplicação variável de fertilizantes. Estas aplicações, ajustadas às necessidades de cada área, conduzem a uma utilização mais eficiente dos fertilizantes, em função do potencial produtivo de cada área da parcela.
Mapa de prescrição da fertilização
Para elaborar um mapa de prescrição, é necessário ter um conhecimento detalhado da parcela e determinar as zonas de condições agronómicas homogéneas. Existem diferentes ferramentas para efetuar uma delimitação da parcela, que se complementam:
– Com a utilização de um sensor para a condutividade elétrica aparente do solo, são identificadas alterações nas propriedades físico-químicas do solo dentro da parcela. Isto permite um levantamento pormenorizado do solo para diferenciar os principais tipos de solo presentes na parcela e a sua distribuição. Esta informação não varia ao longo dos anos e, por conseguinte, não precisa de ser repetida todos os anos.
– A utilização da teledeteção com a análise de imagens de satélite permite acompanhar o desenvolvimento da cultura ao longo da estação. Desta forma, é possível diferenciar as zonas onde a vegetação é mais ou menos vigorosa dentro da parcela. Quanto mais informação disponível (anos e momentos da estação), mais certo será detetar as zonas que têm um comportamento diferenciado.
– Estão disponíveis máquinas de colheita equipadas com GPS, capazes de registar o rendimento e a humidade da cultura à medida que se deslocam pelo campo. Esta informação é recolhida num mapa de produtividade que distingue as zonas da parcela com produção diferenciada. Quanto mais informação disponível (campanhas), maior é a certeza de detetar as áreas que têm uma produção diferenciada.
Tendo em conta toda a informação fornecida por estas ferramentas, pode ser feito um planeamento da parcela de acordo com a tipologia do solo, o crescimento da vegetação e o rendimento de cada zona.
Uma vez definido o planeamento da parcela, é necessário estabelecer a dosagem de fertilizante, de acordo com a fertilidade do solo e os objetivos de produção esperados, em cada zona. Desta forma, obtém-se o mapa de prescrição com as doses variáveis de fertilizantes por zona. Este mapa contém:
– A delimitação das zonas de caraterísticas homogéneas da parcela.
– As doses de fertilizante a aplicar em cada uma das zonas.
A figura 1 mostra um exemplo de um mapa de aplicação de uma parcela, onde se pode ver a delimitação das zonas e as doses de fertilizante recomendadas.
O mapa de prescrição deve estar num formato que possa ser transferido para um equipamento de aplicação de fertilizantes adequado. O mapa de aplicação deve ser adaptado às possibilidades do aparelho de aplicação de adubos (medidas de superfície, taxas aplicáveis, etc.), para que a prescrição seja mais eficaz.
Equipamentos de aplicação variável de fertilizantes
Atualmente, estão disponíveis equipamentos que permitem efetuar aplicações variáveis de fertilizantes. Estas máquinas dispõem de dados de posicionamento GPS, podem ler o mapa de prescrição e variar a dose de fertilizante à medida que passam por cada zona definida no mapa.
A figura 2 mostra um exemplo de um monitor para controlo e visualização do equipamento e da aplicação.
A equipa que efetua a aplicação de adubo deve ter a capacidade de interpretar e executar o mapa de prescrição, pelo que deve ser capaz de:
– Ler o mapa digital introduzido;
– Trocar informações com a equipa de aplicação (…).