A sustentabilidade é um pilar fundamental para a Lagoalva, empresa ribatejana, que há anos implementa práticas de conservação do solo e mobilização mínima em todas as suas culturas, incluindo as vinhas. Nesse sentido, recebeu recentemente o certificado de sustentabilidade do Setor Vitivinícola no âmbito do Referencial Nacional da ViniPortugal.
A Lagoalva é um Grupo agrícola familiar com sede em Alpiarça, gerido atualmente por seis irmãos da família Campilho, com diferentes áreas agrícolas. Com uma área total de 5500 hectares, ocupados pelo setor florestal, milho, passando pela produção de batata, ervilha, olival e vinha.
Pedro Pinhão, diretor de enologia da Lagoalva, realça que “a vinha tem ganho importância nos últimos anos tanto em termos de volume de faturação como de qualidade”. Atualmente, com 40 hectares, o diretor relembra que a Lagoalva foi pioneira na plantação da casta Syrah em 1984, numa altura em que a região do Ribatejo era conhecida por produzir grandes quantidades, mas com pouca qualidade. “A Lagoalva foi uma das primeiras a apostar em castas francesas como Syrah, Sauvignon Blanc e Chardonnay. Hoje, além dessas castas, a Lagoalva tem dado prioridade às castas portuguesas, como o Alfrocheiro, Touriga Nacional, Touriga Franca, Fernão Pires e Castelão”, descreve Pedro Pinão, reforçando ao mesmo tempo que, “mantemos vinhas com mais de 70 anos, que trazem uma qualidade inegável às uvas e, consequentemente, aos vinhos (…). Temos também investido em novas plantações, adaptadas à mecanização e, em alguns casos, com regadio, especialmente nos brancos”.
A sustentabilidade é um pilar fundamental para a Lagoalva, que há anos implementa práticas de conservação do solo e mobilização mínima em todas as suas culturas, incluindo as vinhas. Pedro Pinhão, destaca que parte da vinha já é cultivada em modo biológico, e recentemente a empresa obteve a certificação de sustentabilidade, “um passo importante para o futuro da empresa”.
“A certificação de sustentabilidade envolve a adoção de práticas que otimizem ao máximo os recursos disponíveis, além de nos proporcionar um controle rigoroso por meio de métricas e medições constantes”, afirma Pedro Pinhão. Embora tenha havido a necessidade de alguns investimentos, o processo de certificação trouxe grandes benefícios, tanto para a empresa como para o meio ambiente. “As vinhas mais antigas, que estão adaptadas ao cultivo em sequeiro, são um exemplo de como a biodiversidade ajuda a atingir os objetivos de sustentabilidade”, sublinha o diretor de enologia.
A parceria com a Agricert tem sido fundamental nesse processo.
A Agricert tem sido parceira em várias certificações, como a de produção integrada e produção biológica, e para Pedro Pinhão, “foi também um apoio essencial na certificação para o Referencial Nacional de Sustentabilidade”. Essa parceria permite à Lagoalva seguir os rigorosos requisitos necessários para garantir que os seus vinhos não só respeitem as normas de qualidade, mas também ajudam a abrir portas para novos mercados.
“No ano passado, vendemos 1 milhão e 400 mil garrafas, o nosso melhor resultado de sempre, e este ano esperamos atingir cerca de 1 milhão e 200 mil garrafas, tendo em conta que esta campanha há menos produção”, revela Pedro Pinhão. Para o diretor, o segredo do sucesso está na vinha: “O vinho faz-se na vinha. Se tivermos boas uvas, é difícil fazer um mau vinho. As certificações garantem que as uvas que chegam à adega são de melhor qualidade”.
“A Lagoalva foi a primeira a receber o selo de sustentabilidade vitivinícola pelas mãos da Agricert, o que para nós é uma honra”, destaca Maria do Rosário Silva, responsável pela delegação de Beja da Agricert. Esta parceria já se estende há vários anos e começou com outras certificações, como a agricultura biológica, a produção integrada, e a GlobalG.A.P., passando também pela certificação de pecuária de baixo carbono.
“A Lagoalva tem caminhado lado a lado com a Agricert em todas as certificações que temos implementado. Isso demonstra a sua preocupação com a sustentabilidade e o desejo de fazer cada vez melhor”, considera Maria do Rosário Silva.
A Agricert procura ser um parceiro que facilita o processo, sem nunca comprometer o rigor. “Sabemos que muitas vezes as certificações são exigentes, mas a Agricert tenta ser um parceiro que caminha lado a lado com os seus clientes, como é o caso da Lagoalva,” refere a responsável, argumentando que a Lagoalva já tinha muito trabalho feito em termos de sustentabilidade, “e este Referencial da ViniPortugal vem sobretudo demonstrar o compromisso que já existe há vários anos”.
Além de abrir portas externamente, as certificações trazem também vantagens a nível interno. O Referencial Nacional de Sustentabilidade da ViniPortugal assenta em quatro pilares: gestão e melhoria contínua, sustentabilidade ambiental, social e económica.
Para Maria do Rosário Silva, a Agricert é mais do que uma simples entidade auditora. “Tentamos ser um parceiro com uma postura pedagógica, facilitando a obtenção das certificações. Somos mais do que auditores, somos parceiros preocupados em demonstrar que as entidades com quem trabalhamos cumprem com referenciais exigentes”, afirma. E termina: “Estamos onde for necessário. O nosso lema é que certificamos o melhor que têm, esteja onde estiver”, reforçando o compromisso da Agricert em proporcionar um serviço de qualidade.
A Agricert é uma entidade privada de certificação, fundada no ano 2000, com foco na certificação de produtos agrícolas, explorações e de produtos transformados.
Foi nas vinhas da Lagolva, em Alpiarça, que Pedro Magalhães, gerente da Agricert, começa por elucidar à nossa reportagem que desde o seu início, “o principal objetivo da Agricert tem sido contribuir para a sustentabilidade do meio agrícola”. Essa sustentabilidade, diz Pedro Magalhães, traduz-se em várias vertentes, abrangendo elementos como a gestão da água, preservação do solo, a promoção da biodiversidade, o bem-estar animal e, igualmente importante, a atenção aos aspetos sociais envolvidos na produção agrícola.
Para além da certificação, a Agricert também atua em outras áreas complementares, como a formação e a inspeção de sistemas de rega. “A empresa tem investido constantemente na diversificação dos seus serviços, sempre com o objetivo de melhor servir os seus clientes”, regista Pedro Magalhães (…).
Assista à vídeo-reportagem: