No passado dia 30 de outubro, a Quinta das Estacas, em Évora, acolheu o Dia Aberto Merino, uma iniciativa que reuniu produtores e investigadores, uma iniciativa da ANCORME- Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Raça Merino.

Para dar conhecer o trabalho desta associação e o progresso no melhoramento genético das raças Merina Branca e Merina Preta, o programa do Dia Aberto Merino incluiu: a apresentação do CEMTIR Merino (Centro de Melhoramento, Testagem, Inovação e Reprodução da Raça Merina); o Programa de Melhoramento Genético Animal das Raças Merina Branca e Merina Preta bem como a divulgação dos resultados do primeiro teste em estação de machos das Raças Merina Branca e Merina Preta. A sessão, contou também com uma mesa-redonda sobre a doença da Língua Azul com a presença de João Moura, Secretário de Estado da Agricultura, e de Susana Pombo, Diretora-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), bem como de representantes da CAP, da União dos ADS do Alentejo e Universidade de Évora.Tiago Perloiro, diretor-geral da ANCORME, frisa que o Dia Aberto é uma excelente oportunidade para partilhar os avanços científicos relevantes para os criadores, realçando que um dos principais objetivos da Associação é a criação de conhecimento prático que chegue diretamente aos produtores: “Temos imenso conhecimento criado nas Universidades, mas muitas vezes não é aquele que na primeira mão serve à produção. Queremos criar conhecimento que seja útil para os criadores, permitindo-lhes melhorar a eficiência das suas explorações”, argumenta.

Um dos projetos destacados por Tiago Perloiro foi o estudo de parasitas nos rebanhos, que tem permitido aos produtores uma resposta imediata na gestão sanitária dos seus animais. “Cada vez que íamos a uma exploração para fazer colheitas para análises parasitárias, saía automaticamente um relatório para o criador. Assim, ele podia atuar rapidamente, de acordo com as indicações do seu veterinário”, conta. Além disso, a avaliação genética tem desempenhado um papel crucial no melhoramento das Raças Merina Branca e Preta. Tiago Perloiro utilizou uma analogia curiosa para explicar a importância de um critério mais rigoroso na seleção de animais: “Quando um criador compra um macho, não pode ser apenas pelo aspeto morfológico (….). Ele tem que ler aquilo que esse animal traz em termos de ganho genético (…). É como comprar um carro: não interessa apenas a carcaça bonita, mas sim o motor que tem dentro”. Quanto ao futuro da Raça, Tiago Perloiro mostra-se otimista: “O efetivo tem vindo a aumentar, o que demonstra que os criadores reconhecem o valor do conhecimento que estamos a produzir”.

A ANCORME tem investido em programas de melhoramento genético focados na produção de carne, lã, resistência a parasitas e longevidade dos animais.

“Queremos Raças com performances melhoradas, queremos borregos com as melhores performances em produção de lã, com melhor performance em resistência aos parasitas, com melhores performances em longevidade, queremos Raça com todos estes aspetos melhorados (…) são estes os parâmetros que hoje em dia temos disponíveis para os criadores (…) que coloquem dinheiro nas explorações e proporcionem retorno financeiro”, destaca Tiago Perloiro.

Ao finalizar, o diretor-geral deixa uma mensagem de entusiasmo e esperança: “O caminho é extraordinário. Temos muito conhecimento, muito know-how, e a relação com os criadores só vai fortalecer-se. A perspetiva é de otimismo por todas as razões”, salienta, acrescentando que a Raça Merina Branca e Preta têm um potencial único para enfrentar os desafios ambientais futuros.

Progresso Genético: Melhorar o crescimento e qualidades maternais

Nuno Carolino, geneticista do INIAV (Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária) e que colabora com diversas associações de criadores, como é o caso da ANCORME, salienta que desde a década de 1980, a raça Merina tem mantido os livros genealógicos e implementado programas de melhoramento genético.

O objetivo é que os animais sejam mais pesados ao desmame e que as ovelhas demonstrem um desempenho materno superior, incluindo maior prolificidade.

Para atingir esses objetivos, a Associação recolhe informações detalhadas sobre os animais, como o peso, datas de partos e dados genealógicos. Utilizam-se também testes genéticos, através de análises de ADN, para garantir a precisão na seleção dos melhores reprodutores. Como explica Nuno Carolino, “aquilo que os animais vão transmitir aos filhos não é o seu aspeto, ou a pastagem onde andaram (…), mas sim os seus genes”. Assim, o uso de todos os dados genéticos permite identificar os melhores animais para reprodução, focando-se nas características desejadas.

Embora um dos grandes desafios atualmente do setor é a adaptação às mudanças climáticas, curiosamente, segundo Nuno Carolino, a raça Merina Branca e a Merina Preta, embora não tenham sido selecionadas inicialmente com este objetivo, têm mostrado uma grande capacidade de adaptação a condições climáticas extremas. Os animais têm sido selecionados para resistirem a variações significativas, como secas ou a anos com excesso de chuvas, mantendo uma longevidade produtiva.

A raça Merina Branca e a Merina Preta, são vistas como uma mais-valia, com um excelente desempenho tanto em sistemas de criação em linha pura como em cruzamentos. “Vejo com muito boas perspetivas a criação destas Raças, especialmente em sistemas de agricultura extensiva e sustentável, como a silvo-pastorícia. Para além disso, tem potencial para valorizar a sua carne, que atualmente é pouco consumida em Portugal, mas é uma carne de excelente qualidade”, conclui Nuno Carolino.

Coube a Jorge Marques, técnico da ANCORME, apresentar durante a sessão um ensaio focado na avaliação do perímetro escrotal em machos da Raça Merina Branca. Segundo o técnico, o perímetro escrotal é um indicador fundamental para avaliar o potencial reprodutivo dos machos jovens. “Como trabalhamos com animais muito jovens, que entram em teste aos 4 meses de idade, é essencial entender como eles se desenvolvem até a idade adulta”, refere. Para isso, mede-se o perímetro escrotal no início e no final do teste, com o objetivo de avaliar o crescimento do perímetro escrotal. “A medida do perímetro escrotal vai dar-nos o seu potencial reprodutivo em adulto e esse aumento também traduz isso”. Esta métrica está diretamente relacionada com o peso testicular e, consequentemente, com a produção espermática (…). Animais com testículos maiores tendem a produzir mais sémen”, explica o técnico da ANCORME.

Jorge Marques, sublinha que a avaliação do perímetro escrotal já é uma prática estabelecida na ANCORME há muito tempo, sendo um dos critérios para a admissão de machos no livro de adultos. Esta medição é acompanhada de uma avaliação da condição corporal, e também se o animal é mocho (sem cornos) ou cornudo.

Os animais são inicialmente avaliados entre os 7 e os 9 meses de idade e continuam a ser monitorizados ao longo da vida sempre que passam pela manga. “Medimos o perímetro escrotal para termos repetibilidade desses dados com a relação da condição corporal e com a idade do animal ao longo da sua vida”, destaca. A informação recolhida permite uma seleção mais rigorosa dos melhores reprodutores. “Machos com perímetros escrotais muito reduzidos tendencialmente não são admitidos ao livro de adultos, pois não representam o padrão reprodutivo desejado para a raça”, diz Jorge Marques.

A ANCORME pretende expandir este trabalho com uma abordagem ainda mais exaustiva, incluindo medições em campo para obter dados adicionais.

“Quanto mais informações tivermos, mais fácil será tomar decisões precisas para o melhoramento da Raça”, acrescenta Jorge Marques, destacando que a Raça Merina tem mostrado um excelente crescimento nos últimos anos, o que permite uma seleção mais restritiva e eficaz. “Com um maior número de animais disponíveis, podemos focar-nos apenas nos melhores, assegurando um futuro promissor para a raça”, finaliza.

Numa apresentação partilhada com outros membros da equipa da ANCORME, Ana Carrasco, técnica da Associação, falou aos presentes sobre a seleção de animais que entraram em teste. Uma das suas principais responsabilidades foi a seleção de animais para o Centro de Testagem. “Percorri explorações em várias regiões para recrutar animais que cumprissem os requisitos da DGAV (Direção-Geral de Alimentação e Veterinária). Não foi uma tarefa fácil, dada a dispersão geográfica e a diversidade corporal dos animais. Encontramos animais com diferentes pesos e níveis de desenvolvimento, pois queríamos formar um lote homogéneo para o teste”, relata.

A Lã Merina: Uma Fibra de Excelência

A Raça Merina é conhecida pela produção de lãs finas de alta qualidade. “A Merina é a raça produtora de lãs finas por excelência, sendo uma das fibras mais valorizadas no mercado”, afirma Ana Carrasco. Para a técnica, a ANCORME desempenha um papel fundamental na classificação e tipificação da lã, aumentando o seu valor comercial. “Recebemos a lã dos nossos criadores e classificamos por espessura e comprimento, criando lotes homogéneos que são mais atrativos para a indústria (…). Esta abordagem permite ter um maior poder de negocial com os industriais”, considera. Com a queda da procura por lã devido à diminuição das compras pela China, maior importador mundial, a ANCORME tem procurado alternativas no mercado local. “Atualmente, estamos a trabalhar com nichos de mercado em Portugal, como o projeto da Rosa Pomar, que valoriza a espessura da nossa lã (…). Além do uso têxtil, a lã tem várias aptidões (…), estamos a trabalhar em vários mercados, em várias frentes, para termos formas de escoamento”, menciona.

No âmbito do Projeto SUMO, que tem como objetivo melhorar a eficiência dos sistemas de produção de ruminantes e suínos no ecossistema de montado, o engenheiro zootécnico Emanuel Carreira, da Universidade de Évora, apresentou aos presentes os resultados preliminares de um ensaio de crescimento com ovelhas jovens da Raça Merina Preta. Este projeto, liderado pela Universidade de Évora, foca-se na sustentabilidade e na preservação da biodiversidade do montado. Durante a apresentação, Emanuel Carreira explicou que o ensaio envolveu a análise do crescimento de ovinos em pastagens, testando quatro combinações diferentes. “O nosso objetivo foi comparar o crescimento das ovelhas em diferentes condições de pastoreio, utilizando calcário dolomítico para corrigir problemas de toxicidade do solo, como excesso de manganês e pH desequilibrado”, afirma. O estudo avaliou duas variáveis principais. Por um lado, a aplicação de calcário dolomítico, com parcelas com e sem aplicação de calcário, que com a correção do solo visou melhorar a qualidade da pastagem. Por outro lado, foram testados 7 animais por hectare e 17 animais por hectare.

Os resultados obtidos são ainda preliminares, visto que este tipo de estudo requer um mínimo de dois anos, no entanto, já se observaram tendências significativas.

“Os animais que pastaram em parcelas tratadas com calcário dolomítico, independentemente da densidade de encabeçamento, apresentaram maior ganho de peso em comparação com aqueles em parcelas não tratadas”, destaca Emanuel Carreira. Outro ponto interessante levantado pelo engenheiro zootécnico foi a relação entre a densidade de encabeçamento e a seletividade dos animais na pastagem. “Observamos que as parcelas com 7 animais por hectare permitiram uma maior seletividade da pastagem”, analisa.

Já o professor Rui Charneca, da Universidade de Évora, apresentou à plateia os resultados de um ensaio focado na avaliação da composição corporal de machos da Raça Merina. O estudo foi realizado no âmbito de um teste de desempenho e performance, promovido pela ANCORNE, com o objetivo de melhorar a eficiência dos programas de seleção genética desta Raça.

Diz Rui Charneca, que tradicionalmente a avaliação do crescimento de ovinos é baseada principalmente no aumento de peso corporal, no entanto refere que essa métrica, embora importante, pode ser complementada com uma análise mais detalhada da composição corporal dos animais. “Além do ganho de peso, é essencial entender como os tecidos como o músculo e gordura, estão a desenvolver-se ao longo do tempo, através do uso de ecografia para avaliação in vivo”, destaca.

Ao adicionar informações sobre a proporção de músculo e gordura, é possível criar critérios mais precisos para a seleção de animais que não só crescem mais rápido, mas também desenvolvem mais massa muscular e menos adiposidade.

“Quanto mais dados e critérios de avaliação tivermos, mais seletivos podemos ser. Isso permitirá uma melhoria genética mais direcionada, resultando em animais que têm carcaças de maior valor, produtos de melhor qualidade e com mais rendimento para os próprios produtores”, remata.

Maria Brás, médica veterinária da Universidade de Évora, apresentou o projeto que visa repensar a tradicional prática de desparasitação em rebanhos. O objetivo é promover uma abordagem mais consciente e sustentável para o controle de parasitas, tanto do ponto de vista sanitário como ambiental. Maria Brás destacou que, tradicionalmente, os produtores desparasitam os seus rebanhos uma a duas vezes por ano, muitas vezes sem uma análise prévia que justifique a necessidade dessa ação. “O que estamos a perceber, através dos dados que temos na Universidade, é que muitos animais são desparasitados sem realmente precisarem (…). Queremos gerar um ponto de partida para que os produtores e os seus veterinários possam questionar essa ação sanitária e optar por uma decisão mais consciente”, defende.

Embora o projeto ainda esteja em fase de desenvolvimento, com financiamento previsto até setembro do próximo ano, “os dados preliminares indicam que muitos rebanhos poderiam ser poupados de tratamentos frequentes, que, a longo prazo, podem levar à resistência antiparasitária, e também à produtividade do rebanho”.

Tiago Baptista, engenheiro zootécnico e técnico da Timac Agro, durante o Dia Aberto Merino apresentou as soluções que a empresa oferece em termos de suplementos para ovinos. A Timac Agro, com mais de 40 anos de experiência no setor, tem as suas raízes na exploração de calcários para a correção de solos, adubos ternários e, ao longo do tempo, como está situada numa zona forte em termos pecuários (Bretanha-França) expandiu o seu portefólio para incluir suplementos alimentares para várias espécies animais.

Tiago Baptista destacou que a Timac Agro desenvolveu blocos minerais específicos para ovinos, adaptados às necessidades nutricionais particulares desta espécie. “Os ovinos têm exigências produtivas únicas, e a nossa formulação foi cuidadosamente elaborada para atender a essas necessidades”, afirma.

Um dos diferenciais da empresa é o uso de um ingrediente patenteado, uma combinação de algas calcárias e algas castanhas, que promove a saúde da flora ruminal. “Para ruminantes, a saúde da flora ruminal é crucial, pois impacta diretamente o desempenho digestivo e, consequentemente, a produtividade dos animais”, acrescenta Tiago Baptista.

Além das soluções nutricionais, Tiago Baptista abordou uma solução voltada para a prevenção de zoonoses transmitidas por insetos, um problema crescente no setor ovino. “Desenvolvemos um suplemento à base de compostos vegetais, especialmente alho, que é expelido pelo suor dos animais e atua como um repelente natural”, explica, argumentando que este composto não apenas reduz a presença de insetos que incomodam os ovinos, mas também minimiza o risco de doenças transmitidas por esses vetores.


TESTEMUNHO DE PRODUTORES

Raça Merina Branca destaca-se pela sua rusticidade, capacidade maternal e eficiência alimentar

Bruno Pateiro da Silva, produtor da Raça Merina Branca e CEO da Plantivet, partilhou à nossa reportagem a sua experiência na transição de raças exóticas para a Raça Merina Branca. Médico veterinário de formação e com um histórico na produção de leite ovino, Bruno Pateiro Da Silva conta que decidiu mudar o rumo da sua exploração há cerca de cinco anos: “Anteriormente, trabalhávamos com raças exóticas na produção de leite de ovelha. No entanto, devido às condições adversas da nossa exploração, optámos por introduzir a Merina Branca (…) que se tem destacado pela sua rusticidade, capacidade maternal e eficiência alimentar. Além disso, é uma raça sanitariamente resistente quando bem alimentada”, considera.

Atualmente, o efetivo conta com 200 fêmeas com o objetivo de chegar às 400.

“Estamos a formar o efetivo e a selecionar animais que possuem as características que desejamos para a nossa exploração. A seleção é feita com base no peso aos 70 dias, eficiência direta e rusticidade”, afirma. Para facilitar este processo, utiliza um sistema de coleiras que permite identificar os animais com melhores índices genéticos, garantindo uma valorização contínua da sua criação.

Questionando para se pronunciar sobre a doença da Língua azul, o produtor, diz estar preocupado, “mas também confiante porque temos condições para combater e prevenir novos surtos (…) a profilaxia e a vacinação são essenciais. Precisamos de evitar a picada do vetor Culicoides e garantir que a vacinação seja disponibilizada rapidamente e a custos mais acessíveis. Isso é vital para reduzir os custos sanitários por animal”, apela.

“A Raça Merina está perfeitamente adaptada às condições que temos”

Pedro Mendes Almeida, médico veterinário e produtor da raça Merina, desde 1988 que a sua exploração integra o programa de melhoramento genético, um processo que tem sido contínuo com a missão de garantir a qualidade e o desempenho do rebanho.

A exploração é composta por 1000 fêmeas, todas registadas e acompanhadas de acordo com os protocolos estabelecidos pelo programa de melhoramento. “Desde 1988, temos seguido rigorosamente todas as etapas do programa, registando todos os nascimentos, controlando o crescimento dos animais e deixando para reposição do efetivo os melhores exemplares, tanto fêmeas como machos”, carateriza Pedro Almeida. Além disso, a exploração não se limita à genética local, já que o produtor tem investido na aquisição de machos de outras origens, o que permite maior diversidade genética e evita o isolamento do rebanho.

Com um efetivo homogéneo, fruto de anos de melhoramento genético, Pedro Almeida vê o futuro da raça Merina de forma otimista: “A Raça Merina está perfeitamente adaptada às condições que temos aqui, no Alentejo, e é impossível substituí-la por raças exóticas, com outros níveis de exigência e pouco adaptadas às nossas condições climatéricas”, termina.

Governo anuncia durante o Dia Aberto Merino apoio para minimizar os prejuízos da Língua Azul

“Conseguimos uma linha de apoio de um milhão de euros para reforço às OPSAS (Organizações de Produtores para a Sanidade Animal) no sentido de compensar algum custo que tiveram (…). Já foram vacinados mais de cem mil animais em Portugal até à data. Havemos de pensar em alguma maneira de compensar as explorações que tiveram perdas de produtividade. Mas isto são emergências. Confesso que não é isto que mais me preocupa. O que mais me preocupa é o próximo ano: a próxima primavera (…) com os mosquitos que chegam às nossas explorações e para fazer face a isso, vamos mesmo ter uma linha de apoio forte (…) porque queremos compensar mais as organizações de sanidade animal para ter uma campanha fortíssima de desinsetização, de hábitos, de fomento nas explorações para combater estes insetos (…).

Em simultâneo, vamos espalhar pelo país um conjunto de armadilhas, não para combater o inseto, mas para sabermos o fluxo (…) para termos incidências e para podermos agir preventivamente”.

Notas sobre a doença da Língua Azul

Em Portugal estão a circular três serotipos de língua azul, nomeadamente o BTV-4, que surgiu, pela primeira vez em 2004 e foi novamente detetado em 2013 e 2023, o BTV-1, identificado em 2007, com surtos até 2021, e o BTV-3, detetado pela primeira vez a meados de setembro, no distrito de Évora, tendo alastrado, desde então, a todo o país.

A vacinação de ovinos e bovinos contra os serotipos um e quatro é obrigatória. Já contra o serotipo três é apenas permitida. A DGAV autorizou, temporariamente, três medicamentos contra a Língua azul, dois dos quais ainda não estão disponíveis no mercado.

A transmissão da doença é feita através de um mosquito e não afeta a qualidade da carne, do leite ou dos seus derivados que possam vir de animais infetados.

Sabia que o Merino Branco é uma das jóias do setor ovino português, representando a base genética de mais de 50% do efetivo português?

Caracteriza-se pela sua lã de alta qualidade e pela sua extraordinária rusticidade, o que lhe permite prosperar em condições difíceis, como regiões com grandes variações térmicas e períodos de seca prolongada.

Principais aptidões:

Produção de carne (atualmente o foco principal) Produção de lã de excelente qualidade Com uma robustez notável, o Merino Branco adapta-se ao regime de sequeiro extensivo, sendo comum em rebanhos de grandes dimensões. O Merino Branco é um símbolo da adaptabilidade e da produção sustentável, e a ANCORME está na vanguarda do seu melhoramento genético.

A Voz do Campo acompanhou o Dia Aberto Merino com transmissão em direto da mesa-redonda sobre a doença da Língua Azul.

→ Leia este e outros artigos completos na Revista Voz do Campo – edição de dezembro 2024, disponível no formato digital e impresso.

(Re)veja aqui a mesa-redonda e outros conteúdos:


Reportagem – Dia Aberto Merino