O relatório “EU Agricultural Outlook 2024-2035“, recentemente publicado, apresenta projeções detalhadas para os mercados agrícolas e a rentabilidade na União Europeia (UE) até 2035. O documento, concluído em dezembro de 2024, considera uma série de pressupostos macroeconómicos, implicações ambientais e um cenário hipotético para testar a resiliência do setor.

O relatório destaca que a produção agrícola da UE deve continuar a crescer de forma estável, com um aumento ligeiro da produção de cereais, impulsionado principalmente pelo milho e pela cevada. No entanto, a produção de açúcar deve diminuir devido à redução da área e do rendimento da beterraba sacarina. A produção de oleaginosas e culturas proteicas, como a soja e leguminosas, deverá aumentar, enquanto a produção de colza deve diminuir devido à menor proc09ura do mercado por biocombustíveis.

Em termos de consumo, há uma mudança de paradigma no sentido de aumento de consumo de proteínas vegetais, com um ligeiro declínio no consumo de carne. O consumo de produtos lácteos deve permanecer estável, com um aumento na procura de produtos funcionais e fortificados. O consumo de açúcar deve continuar a diminuir, refletindo uma tendência de dietas com menor teor de açúcar.

No campo do comércio, a UE deve continuar a ser um exportador líquido de produtos agroalimentares, com uma mudança para exportações de maior valor agregado. As importações líquidas de oleaginosas e culturas proteicas devem diminuir, refletindo assim um aumento na produção interna e uma menor procura interna.

O relatório aborda também as implicações ambientais das projeções agrícolas. Prevê-se uma redução nas emissões de gases de efeito estufa, emissões de amónio e excedente de azoto, devido à diminuição do número de animais, redução da área agrícola e adoção de práticas agrícolas sustentáveis. Essas práticas incluem a agricultura de precisão e a digitalização, que devem contribuir para um aumento marginal dos rendimentos das culturas.

Um cenário hipotético apresentado no relatório testa a resiliência da cadeia de abastecimento de rações da UE contra um cenário de alterações climáticas extremas em 2035. Este cenário destaca a importância de melhorar os rendimentos das culturas e a eficiência das rações para mitigar os impactos no setor de carne. A análise sugere que, embora os investimentos em eficiência de rações e rendimentos de culturas sejam desejáveis, eles não são suficientes para melhorar totalmente a resiliência do setor pecuário da UE. Desta forma conclui-se que é necessária uma abordagem mais abrangente dos sistemas alimentares para enfrentar as dependências do setor de carne na UE.

O relatório “EU Agricultural Outlook 2024-2035” sublinha a tendência da UE em direção à maximização da eficiência, sustentabilidade e produção de maior valor acrescentado, com benefícios ambientais significativos e ajustes nos padrões de produção e consumo em vários setores. A produção de leite deve diminuir devido à redução do rebanho leiteiro, com um aumento nas exportações de produtos lácteos de maior valor acrescentado. A produção e o consumo de carne bovina e suína deve diminuir, enquanto a produção e o consumo de carne de aves deve aumentar.

As projeções indicam ainda que a produção de tomate fresco, pêssego e nectarinas deve diminuir, enquanto a produção de maçãs e laranjas deve permanecer estável ou aumentar.

Em resumo, o relatório destaca que a UE está no caminho para uma agricultura mais sustentável e eficiente, com um foco crescente em práticas que beneficiem tanto o meio ambiente quanto a economia agrícola.

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Origem: Rede Rural Nacional