No espaço da União Europeia (UE) considera-se como exportação a saída de bens, produtos e serviços de um país da UE para um país fora deste espaço (país terceiro). Ao invés, considera-se como importação a entrada de bens, produtos e serviços de um país fora do espaço da UE (país terceiro). A entrada de mercadoria proveniente dos países da UE não se enquadra na definição de exportação e importação. No contexto nacional, Portugal ocupa a nona posição na produção de suínos na Europa, e apesar de não sermos um dos maiores produtores, possuímos uma indústria suinícola relevante, que contribui significativamente para a economia agrícola.

Poderemos assumir que a produção nacional cobre uma boa parte do consumo, especialmente em carnes como porco e aves, mas é mais dependente da importação no caso da carne bovina.
É aceitável considerar os seguintes fatores que influenciam a produção/comercialização de carne, nomeadamente:
– Demografia e Consumo: O aumento da população e mudanças nos padrões de consumo influenciam a procura por carne. Além disso, tendências como o crescimento do vegetarianismo e veganismo podem impactar o mercado;
– Regulamentação e Sustentabilidade: Há um crescente foco na produção sustentável e no bem-estar animal, o que pode afetar tanto a produção local quanto as importações;
– Mercados Externos: O acesso a mercados externos e as condições do comércio internacional, como tarifas e acordos comerciais, também desempenham um papel nas importações de carne.
O país continua a procurar formas para aumentar a sua produção interna, mas as importações permanecem uma parte importante para garantir o abastecimento e a diversidade no mercado.
Ainda, sobre a produção importa deixar clara que a exigência regulamentar em Portugal por parte das autoridades competentes nacionais, muitas vezes atuando com excesso de zelo e mesmo com falta de bom-senso e medidas desproporcionais, leva a que as empresas portuguesas estejam em desvantagem relativamente às empresas localizadas nos outros estados-membros.
Apesar de não sermos soberanos, a exportação e internacionalização das empresas de carne em Portugal têm mostrado um crescimento significativo nos últimos anos, que se justificam por várias razões, nomeadamente:
– Qualidade do Produto: Existe um reconhecimento internacional da carne portuguesa, considerando-a de qualidade. Importa aqui sublinhar a adesão a padrões rigorosos de produção e certificações, nomeadamente a Denominação de Origem Protegida (DOP), o que reforça a valorização dos produtos no mercado internacional.
A carne produzida em Portugal, como o famoso “porco preto”, é reconhecida por sua qualidade e sabor, criando oportunidades para exportação para mercados que valorizam esses atributos.
– Procura externa: Alguns mercados internacionais têm uma alta procura por produtos específicos, o que leva as empresas a explorar essas oportunidades. A carne portuguesa pode atender a nichos de mercado que buscam produtos diferenciados.
– Mercados Emergentes: As empresas portuguesas têm procurado expandir-se para mercados emergentes, como os países asiáticos, onde a procura por carne de qualidade tem aumentado.
Importante, no entanto, ressalvar que, em alguns mercados asiáticos, a razão mais importante é a que se prende com o facto de conseguirmos exportar determinados cortes ou produtos que são mais valorizados em mercados externos e que na Europa, são desvalorizados, fazendo com que toda a carcaça tenha procura e não apenas os seus produtos nobres (…).