O Aproveitamento Hidroagrícola da Cova da Beira localiza-se nos concelhos de Sabugal, Penamacor, Belmonte, Covilhã e Fundão.

O sistema de captação e Armazenamento da Água é constituído pelas Albufeiras das Barragens do Sabugal e Meimoa.

Criada em 26 de janeiro de 1989, a Associação dos Beneficiários da Cova da Beira (ABCB) foi formalmente reconhecida como pessoa coletiva de direito público (Portaria n.º1088/89, de 20 de dezembro) para gerir o Aproveitamento Hidroagrícola da Cova da Beira – AHCB. Composto por um Canal Condutor Geral de 57 km e uma rede de 500 km de tubagens enterradas, a infraestrutura assegura rega sob pressão, sem necessidade de energia para elevação da água. O AHCB é descrito por Vítor Freitas, presidente da comissão administrativa da ABCB como “um hino à engenharia hidráulica”, fruto da colaboração entre o ex-Ministério das Obras Públicas, o atual Ministério do Ambiente e o Ministério da Agricultura, com o apoio de empresas projetistas e fornecedoras de materiais e equipamentos. Além de irrigar culturas agrícolas, o sistema fornece água a seis concelhos e gera energia renovável na central hidroelétrica da Meimoa, com capacidade de 6 megawatts.

Com o passar dos anos, a expansão trouxe desafios significativos para a gestão e manutenção.

Os blocos mais antigos, como o da Meimoa, com 40 anos, enfrentam perdas de água recorrentes e avarias. “As infraestruturas cresceram, mas a gestão nem sempre conseguiu cumprir as exigências de manutenção. Foi o passado que nos trouxe ao presente, onde é urgente uma reabilitação profunda”, afirma Vítor Freitas. Em março de 2023, o Ministério da Agricultura nomeou uma comissão administrativa da ABCB para lidar com as necessidades de modernização. Desde então, a prioridade tem sido clara: reduzir as perdas de água ao mínimo, garantir a eficiência do transporte e modernizar as infraestruturas.

“Estamos focados em três vertentes fundamentais: reabilitação do canal condutor geral, modernização dos blocos de rega mais antigos e implementação de sistemas de telemetria e automação. O objetivo é garantir que, ao final do mandato da comissão administrativa, as infraestruturas estejam preparadas para o futuro”, sublinha Vítor Freitas.

Nesse sentido, a ABCB tem a decorrer 3 projetos de modernização, apoiados por uma candidatura no âmbito PDR 2020, para reabilitar blocos como o da Meimoa e os primeiros trechos do canal condutor geral. A automação e telegestão dos blocos são prioridades para medir com precisão os consumos de água e ajustar os caudais às áreas regadas. Para além disso, segundo o presidente da comissão administrativa, os empresários agrícolas também estão a adotar tecnologias inovadoras, como os sistemas VRT (variable rate technology ou tecnologia de taxa variável), recurso a sondas com sensores instalados ao longo do perfil do solo, os quais medem o teor de água, a condutividade elétrica, o ph e a temperatura do solo, entre outras variáveis (…).

→ Leia este e outros artigos completos na reportagem das XV Jornadas da FENAREG na Revista Voz do Campo  edição de janeiro 2025, disponível no formato impresso e digital.

 

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