A Quercus e a Acréscimo – Associação de Promoção ao Investimento Florestal vão realizar o evento A Transição Energética e a Central de Biomassa no Fundão, que se realizará no próximo sábado, 8 de fevereiro de 2025, às 16h. O evento também contará com a estreia do documentário O Paradoxo da Energia Verde, da autoria do realizador Fernando Antunes Amaral, na Sala da Concha, no Casino Fundanense, no Fundão.

Após a exibição do documentário, terá lugar um debate que visa promover uma reflexão coletiva e um diálogo aberto a diversas perspetivas, abordando tanto os temas explorados no filme quanto as contribuições dos convidados presentes.

Esta é uma iniciativa da Quercus – Castelo Branco co-organizada com a Acréscimo, Associação de Promoção ao Investimento Florestal e apoiada pelo Cova da Beira Converge e Câmara Municipal do Fundão.

 Convidados para o debate:

  • Câmara Municipal do Fundão (Presidente Paulo Fernandes)
  • Central de Biomassa do Fundão (indisponível)
  • Associação de Moradores do Sítio da Gramenesa (Fernanda Andrade)
  • Acréscimo (Paulo Pimenta de Castro)
  • Biofuelwatch (Oliver Munnion)
  • Direito ambiental (Alexandra Aragão)
  • Partidos Políticos: PSD (Rogério Hilário); BE (Cristina Guedes); CDU (Catarina Gavinhos); PS (Tiago Monteiro)

MODERAÇÃO: Quercus – Castelo Branco – Graça Passos

PROGRAMA:

16:00h – Documentário “O Paradoxo da Energia Verde” – estreia regional

16:30h – Debate

  • CENTRAL DE BIOMASSA DO FUNDÃO: QUAIS AS VANTAGENS E AS DESVANTAGENS?
  • QUAIS OS IMPACTOS DAS POLÍTICAS DE TRANSIÇÃO ENERGÉTICA NOS BENS COMUNS (AR, ÁGUA, SOLO, BIODIVERSIDADE, …) ?
  • QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DESTAS ESCOLHAS EM RELAÇÃO À SAÚDE, À QUALIDADE DE VIDA E AO FUTURO DA NOSSA COMUNIDADE?

Na União Europeia, a produção de eletricidade a partir da biomassa florestal é financiada como estratégia para atingir a neutralidade carbónica, uma vez que urge resolver o grave problema das alterações climáticas. No entanto, a comunidade científica tem denunciado esta falácia, alertando que a sua queima é mais prejudicial do que a do gás natural e até do carvão.

Apesar disso, por cá, o Estado investiu na criação de centrais de biomassa de grande escala e apresentou-as como a chave para resolver o grave problema dos incêndios florestais. Passados 20 anos, estas centrais não só não resolveram nada como criaram mais problemas. A tendência da área ardida não se inverteu, queimam troncos em vez de sobrantes florestais, consumindo as florestas, poluem o ar, o solo e a água e tornam a vida negra às populações onde estão instaladas.

A promessa de muitos postos de trabalho converteu-se em subcontratação, sem qualquer impacto positivo na economia local, e agora temos empresas sem rosto com quem os moradores não conseguem falar. A central de biomassa do Fundão é um exemplo concreto desta dinâmica, que se está a espalhar pelo país e, por isso, é abordada no documentário “O Paradoxo da Energia Verde”, que faz uma reflexão sobre os desafios da transição energética.

Vivemos uma época em que o poder político está cada vez mais capturado pelo poder económico. Mas há algo de poderoso que pode repor o equilíbrio perdido: a sociedade civil. Urge que esta ocupe o espaço público e refaça todas as relações que têm sido cortadas pelo individualismo e pelo consumismo, de forma a que os cidadãos que exercem cargos políticos não fiquem sozinhos, face ao poder económico — tão manipulador e tão poderoso — a tomar decisões que impactam a vida de todos os outros.

Urge que cada pessoa assuma o seu papel de cidadã e que, em conjunto, se desperte a inteligência coletiva que tem estado adormecida. Há soluções exequíveis para resolver os graves problemas que nos ameaçam, mas só podem ser postas em prática se reativarmos a nossa sabedoria coletiva para preservar os bens comuns (solo, água, ar, biodiversidade, minerais, …).  É nesse sentido que a Quercus Castelo Branco e a Acréscimo propõem esta reflexão.

Documentário “O Paradoxo da Energia Verde” trailer:

Realização – Fernando Antunes Amaral

Produção: Biofuelwatch e Acréscimo

Apoios – Quercus Castelo Branco e Íris Lisboa

 

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