Mais de 500 pessoas assistiram no dia 11 de fevereiro, na Figueira da Foz, à realização do 12º Colóquio Nacional da ANPROMIS num momento de particular incerteza dos mercados mundiais decorrente da política protecionista da nova administração dos Estados Unidos da América.

A produção de milho é um negócio particularmente sensível às oscilações geopolíticas mundiais se reconhecermos que Portugal importa 80% deste cereal, e que nos últimos anos tem enfrentado grandes desafios no mercado externo, primeiro com a pandemia covid, depois com a invasão da Ucrânia.

Habituados a desenvolver a sua atividade entre agitações mundiais que lhes exigem grande capacidade de adaptação e criatividade, não constitui surpresa para os produtores de milho nacionais que a política de imposição global de tarifas comercias, já anunciada pelo presidente Donald Trump, será um dos próximos desafios para o sector que a ANPROMIS representa.

“A disrupção provocada pela administração americana, em paralelo com o que já vinha acontecendo com a guerra na Ucrânia, representam dois fatores muito desestabilizadores da ordem mundial, em particular numa commodity como é o milho”, afirmou Jorge Neves, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo, organizadora do evento.A dependência de “países que estão no centro do furacão”, aumenta o receio do “impacto que vai afetar, direta e indiretamente os produtores de milho, e os agricultores portugueses no geral”, assinalou Jorge Neves.

A guerra na Ucrânia, em 2022, obrigou Portugal a procurar novos mercados de importação, nomeadamente na América do Sul, mas o presidente da ANPROMIS receia que “face à imposição de tarifas, também a China procure fornecedores fora dos Estados Unidos, e o Brasil parece a opção mais óbvia”.

A realização do Colóquio Nacional, cerca de três semanas após a tomada de posse do presidente americano e de conhecidas as suas primeiras decisões – surge em momento propício para avaliar e antecipar decisões perante a escalada da volatilidade e instabilidade que se sentirá nos mercados internacionais.

O conhecimento da política global e do impacto que as suas movimentações podem provocar no sector são o objetivo dos Colóquios e Congressos da Associação, porque transmitem “uma mensagem de otimismo e mostram que há outros caminhos, mesmo quando se preveem anos de grande volatilidade e instabilidade dos mercados mundiais”, concluiu o presidente da ANPROMIS.

Fonte: CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal

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One thought on “12º Colóquio do Milho prepara futuro atento à crescente instabilidade dos mercados

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