Para garantir uma carne de frango de elevada qualidade, é essencial implementar boas práticas de biossegurança nos aviários. A criação de frangos assenta em três pilares: maneio, alimentação e sanidade. Cada um é fundamental para manter o bem-estar das aves e para uma produção sustentável.
Com foco em elevados padrões de biossegurança, a prevenção de doenças constitui a primeira linha de defesa para proteger os bandos e a saúde pública. A seguir, destacamos as principais áreas de atenção em biossegurança:
a) Controlo de Acessos
i. Entrada restrita: Limitar o acesso ao aviário apenas a pessoal autorizado.
ii. Todos os visitantes devem registar-se e seguir os protocolos de biossegurança.
iii. Utilização de barreiras sanitárias: Instalar barreiras físicas e desinfetantes à entrada dos aviários.
iv. Vestuário adequado: Todo o pessoal deve utilizar roupa de trabalho exclusiva para o aviário, incluindo fatos, botas e proteções de cabelo.
v. Zona de desinfeção para veículos: Qualquer veículo que entre na exploração, incluindo os usados para transporte de aves, deve passar por uma estação de lavagem e/ou desinfeção para prevenir a introdução de agentes patogénicos.
b) Higiene Pessoal
i. Lavagem das mãos: Os colaboradores devem lavar e desinfetar as mãos ao entrar e sair do aviário, após qualquer contacto com as aves ou equipamentos.
ii. Equipamento de Proteção Individual (EPI): Usar sempre luvas, máscaras e outros EPIs apropriados ao maneio de frangos ou material potencialmente contaminado, especialmente em operações de apanha e vacinação.
c) Manutenção e Limpeza Regular
i. Limpeza diária: As áreas de criação e zonas circundantes devem ser limpas e desinfetadas regularmente.
ii. Higienização de equipamentos: Máquinas e utensílios, como comedouros, bebedouros e caixas de transporte, devem ser desinfetados com a frequência necessária.
iii. Rotina de desinfeção: Implementar um programa de desinfeção regular para todo o aviário, incluindo estruturas, superfícies de contacto e sistemas de ventilação.
d) Controlo de Doenças
i. Monitorização contínua: Realizar inspeções periódicas das aves para identificar sinais de doenças. Manter registos diários sobre a mortalidade e comportamento das aves para uma resposta rápida a qualquer problema sanitário.
ii. Plano de vacinação: Seguir um calendário rigoroso de vacinação, ajustado às necessidades de cada exploração, em consonância com a situação epidemiológica da zona e de acordo com a orientação de um veterinário.
e) Controlo de Pragas
i. Prevenção de infestação: Implementar medidas rigorosas para evitar a presença de pragas, como roedores, insetos e aves selvagens, que podem introduzir doenças no aviário. Barreiras físicas e controlo químico devem ser aplicados de forma segura e regular.
ii. Vedação adequada: Manter todas as entradas e janelas devidamente vedadas para evitar o acesso de animais externos
f) Gestão de Resíduos
i. Eliminação adequada: Os resíduos biológicos, como carcaças e restos de produção, devem ser armazenados e eliminados de forma segura, evitando a contaminação do ambiente e a propagação de doenças.
ii. Tratamento de águas residuais: O sistema de gestão de águas residuais deve ser planeado para evitar que dejetos contaminem outras áreas do aviário ou explorações vizinhas.
g) Vazio Sanitário
i. Após a saída de um bando é fundamental proceder rapidamente á lavagem e desinfeção das instalações no seu todo de forma que após isso se entre em “vazio sanitário”. Isto permite baixar significativamente a pressão de infeção existente nos aviários e garantir que o próximo bando tenha maior probabilidade de sucesso (…).
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Autoria: José Vieira, médico veterinário e diretor técnico da AVICASAL e SAVINOR