Uma equipa de investigadores da Universidade Estatal da Pensilvânia, nos Estados Unidos, revelou que certas linhas genéticas de milho possuem compostos inerentes chamados flavonoides que atuam como inseticidas, protegendo-as das lagartas-da-espiga.

As lagartas-da-espiga causam perdas anuais de mais de 76 milhões de alqueires de milho nos Estados Unidos. Os fenómenos climáticos extremos e o aumento da temperatura global irão intensificar os danos causados às colheitas agrícolas por pragas de insetos.


Os flavonoides permitem uma proteção semelhante à dos inseticidas em algumas linhas de milho contra as larvas da lagarta-do-cartucho e fornecem pigmentos às plantas que aparecem nos estigmas, cascas e grãos. Na imagem estão as linhas usadas na investigação. Créditos da imagem: Universidade da Pensilvânia

Num estudo publicado na edição de março da revista Plant Stress, os investigadores relataram que as larvas das lagartas-da-espiga que se alimentam dos estigmas, cascas e grãos das linhas de milho com altos níveis de flavonoides — químicos que desempenham papéis essenciais em muitos processos biológicos e respostas a fatores ambientais nas plantas — crescem muito mais lentamente e muitas morrem, comparativamente às larvas que se alimentam de linhas de milho sem flavonoides.

Os autores do estudo descobriram que as larvas que se alimentam das linhas de milho ricas em flavonoides apresentaram uma maior taxa de mortalidade e um peso corporal reduzido, além de desenvolverem sintomas semelhantes à síndrome do intestino permeável. Isto sugere que podem estar envolvidas alterações no microbioma intestinal das larvas.

Para realizar o estudo, os cientistas compararam larvas da lagarta-da-espiga alimentadas com variedades de milho geneticamente idênticas, mas que diferiam apenas em atributos específicos conhecidos. Algumas variedades expressavam alto teor de flavonoides nos estigmas, cascas e grãos, enquanto outras não. O milho utilizado na experiência incluía uma linha geneticamente modificada para possuir um gene que desencadeia a produção de flavonoides e uma linha cultivada de modo convencional para produzir flavonoides.

Os investigadores observaram uma diferença significativa nas taxas de mortalidade e no peso corporal entre as larvas da lagarta-da-espiga que se alimentavam de plantas com alta produção de flavonoides e aquelas que se alimentavam de linhas de controle. Tanto a linha geneticamente modificada quanto a linha derivada do mutante exibiram efeitos semelhantes nas larvas.

→ Leia o estudo em Penn State News.

Informação disponibilizada pelo CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.

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