Arroz em Portugal: desafios atuais e oportunidades para o crescimento sustentável

O evento “Conversas com Arroz”, organizado pela Lusosem e pela Associação de Orizicultores Portugueses (AOP), com o apoio da Corteva, aconteceu no dia 12 de março no CNEMA, em Santarém. Contou com a participação de mais de 300 pessoas, incluindo representantes de toda a cadeia de produção, como produtores, indústria, investigadores e outros profissionais ligados à cultura do arroz e a outros setores.

A AOP, tem desempenhado um papel crucial na defesa e promoção da produção de arroz em Portugal. Sob a presidência da atual direção, composta por sete elementos, a associação consolidou uma capacidade de comunicação e cooperação diária com as três principais regiões orizícolas do país, criando uma “facilidade enorme de conversar” entre os membros da direção, com um objetivo comum: “falar todos à mesma voz”.

O presidente Carlos Amaral destacou o trabalho excecional de Filipa Setas, diretora de Marketing, Comunicação e Desenvolvimento da Lusosem, destacando o seu empenho na organização do evento, que foi fundamental para o seu sucesso.

“Nós continuamos a ter uma área muito estável na produção. Às vezes tem mais de mil hectares por cima, mais de 500 hectares por baixo, mas andamos ali sempre entre os 28 e os 29 mil hectares e temos esta característica”, afirmou Carlos Amaral, referindo-se aos desafios do ano agrícola de 2024.Carlos Amaral, sublinhou que é necessário um trabalho conjunto com a indústria, o governo e a distribuição para inverter a tendência negativa e promover de forma eficaz o arroz português. “Precisamos de simplificar a oferta. Não podemos ter 32 variedades de arroz em Portugal e esperar que o mercado consiga identificar a qualidade do nosso produto”, afirmou, sugerindo que a rotulagem e a comunicação clara com os consumidores são essenciais para fortalecer a identidade do arroz nacional e ainda referiu que é necessário uma redução de regulamentação.

“O arroz tem um grau de autossuficiência que ronda os 57% a 62%. Isso significa que, se consumíssemos todo o arroz produzido em Portugal, teríamos que importar cerca de 40% do que consumimos”, referiu Carlos Amaral.

Investigação e Desenvolvimento

A colaboração com o Instituto Nacional de Investigação Agrária (INIAV) e outras organizações é vista como uma solução crucial para enfrentar os desafios atuais e criar novas oportunidades para o futuro. “O trabalho que está a ser feito pelo INIAV, COTArroz e outras entidades é simplesmente fantástico”, concluiu.

Por fim, o presidente da AOP chamou a atenção para a necessidade de uma estratégia mais ampla de sustentabilidade e para a importância de comunicar melhor o valor do arroz português. “A sustentabilidade é uma questão que deve ser abordada não só na produção, mas também na comunicação com o consumidor. Temos de ser transparentes sobre a qualidade do nosso arroz e o esforço que é feito para produzir de forma sustentável”, afirmou.

O evento “Conversas com Arroz” foi um momento crucial para debater o futuro da orizicultura em Portugal, com Carlos Amaral a transpor uma visão clara e realista sobre os desafios do setor, mas também apontando as oportunidades que podem surgir com o trabalho conjunto e a inovação.

A Revista Voz do Campo parabeniza a Lusosem e a AOP por esta iniciativa, destacando o impacto positivo destas ações na promoção do desenvolvimento da cultura do arroz em Portugal.

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