Desafios da Água e do Regadio no atual contexto geopolítico em debate dia 2 de maio. FENAREG reúne especialistas em importante debate sobre o futuro da água e do regadio no atual contexto geopolítico. Ministra do Ambiente e Energia e Ministro da Agricultura e Pescas marcarão presença.
A FENAREG – Federação Nacional dos Regantes de Portugal, no âmbito da sua abrangente visão holística sobre a necessidade de ser assegurada a resiliência hídrica nacional, com o objetivo de contribuir para um melhor esclarecimento dos atuais desafios geopolíticos e seus respetivos impactos na estratégia da água e na agricultura, vai levar a cabo um importante debate, no próximo dia 2 de maio, em Beja. Subordinado ao tema “+ Água, + Futuro”, este colóquio irá decorrer durante a Ovibeja que terá lugar de 30 de abril a 4 de maio.
O colóquio, que faz parte de um ciclo de conferências que a FENAREG levará a cabo este ano para assinalar o seu 20º aniversário e que terá lugar a partir das 14h30, dia 2 de maio, na Ovibeja, no auditório NERBE, será aberto pela Ministra do Ambiente e Energia e encerrado pelo Ministro da Agricultura e Pescas e conta com três importantes apresentações. O Coronel Carlos Mendes Dias, especialista em geoestratégia, irá debruçar-se sobre a “Estratégia Geopolítica atual – impactos”. José Pimenta Machado, Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), irá falar da “Água como Elemento Estratégico – Um Olhar sobre a Convenção de Albufeira”. A intervenção de Álvaro Mendonça Moura, Presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), será subordinada ao tema “Os desafios que se colocam à agricultura no atual contexto geopolítico”. Seguir-se-á um espaço de debate.
Este evento promovido pela FENAREG tem em conta que o investimento na modernização e aumento da eficiência das infraestruturas de armazenamento e distribuição da água é determinante tanto para o desenvolvimento da economia do país – que além do mais se propõe atualmente reduzir o seu défice agro alimentar (5.500 Milhões em 2023), como para o setor agrícola que tem um potencial para gerar 74 Milhões em receita fiscal e 320 Milhões de euros em Valor Acrescentado Bruto por ano, o que resulta numa valorização idêntica à da TAP em 10 anos (dados CAP- Confederação dos Agricultores de Portugal). Neste contexto importa igualmente considerar que o regadio é uma peça vital da estratégia nacional da água. Dele depende vastamente o setor agrícola (mais de 60% da produção agrícola e mais de metade das explorações agrícolas dependem dele), a sustentabilidade e a segurança alimentar do país, bem como a resiliência dos territórios face à desertificação geográfica e ao despovoamento. Por tal, é imperativo que seja tido em conta e devidamente equacionado nas estratégias e políticas públicas que estão atualmente em desenvolvimento e das quais se destacam: a nível nacional a Estratégia “Água Que Une”; e a nível europeu a “Estratégia de Resiliência Hídrica”.
A Estratégia “Água Que Une” foi apresentada pelo Governo no passado dia 9 de março de 2025 e visa assegurar a gestão sustentável dos recursos hídricos em Portugal nos próximos 15 anos. São considerados investimentos que promovem a eficiência, a resiliência e a inteligência na gestão da água contemplando cerca de 300 medidas, destinadas a aumentar a disponibilidade de água em mais de 1.000 milhões de metros cúbicos em todo o território Nacional, num investimento previsto de mais de 5 mil milhões de euros.
No atual contexto, é importante que se reflita sobre se estaremos a equacionar nestas medidas e no plano, todos os impactos que decorrem dos desafios geopolíticos – tanto conflitos armados, como económicos, com que nos estamos a confrontar e que tanto impactam o setor. Importa saber, como nos devemos preparar para enfrentar o futuro e tornarmo-nos mais resilientes protegendo a água, o regadio e a fileira agrícola? Como salvaguardar os caudais nas nossas bacias internacionais? Como podemos tornar mais resilientes e proteger as infraestruturas críticas como Alqueva – a maior reserva estratégica de água da Europa, com uma capacidade total de 4.150 milhões de metros cúbicos? E como pode Portugal enfrentar estes desafios e preparar-se para o futuro, garantindo a segurança e o desenvolvimento económico?
A Revista Voz do Campo é media partner oficial deste evento e acompanhará de perto este importante debate sobre o futuro da água e do regadio no atual contexto geopolítico.
A entrada/participação no colóquio é livre e gratuita. Consulte o programa provisório:
A FENAREG – Federação Nacional de Regantes de Portugal é uma associação sem fins lucrativos e de utilidade pública com âmbito nacional, fundada em 2005, com a missão de defender e promover o desenvolvimento sustentado e a competitividade do regadio.
A FENAREG representa o sector do regadio a nível nacional nas instituições nacionais e internacionais dedicadas à gestão da água para rega, congregando os interesses dos vários interlocutores das atividades ligadas à água, à sua gestão e à interligação com a agricultura e o mundo rural.
A FENAREG agrega 36 associados que representam mais de 28 mil agricultores regantes, que significam mais de 98% do regadio organizado nacional. Mais informações em