As novas tecnologias têm vindo a desempenhar cada vez mais um papel importante na rentabilidade das explorações e no impacto que a agricultura tem no meio ambiente. A utilização de novos métodos agrícolas e de tecnologia permite ao agricultor poupanças significativas em vários fatores de produção, tais como fertilizantes, água, produtos fitofarmacêuticos, combustíveis, entre outros.

Atualmente as principais culturas arvenses e arbóreas produzidas no nosso país já dispõem de implementos tecnológicos tais como drones, imagens satélite, sondas de humidade do solo, RTK, entre outras que ajudam os produtores na tomada de decisões aquando da necessidade de intervir nas suas culturas e melhorar aspetos nas culturas seguintes ou no ano seguinte.

E na produção de castanha a utilização das novas tecnologias é algo que se tem vindo a verificar ou não passa ainda de uma miragem?

No que ao setor da castanha diz respeito, a utilização de tecnologia é algo que se está a implementar aos poucos dado os grandes problemas que esta cultura tem vindo a enfrentar nos últimos anos, há pouca informação ainda existente sobre o castanheiro e a castanha (só nos últimos anos é que se tem vindo a intensificar os estudos nesta área) e ao tempo que demoram a entrar em produção.

Já há alguns produtores que conhecem algumas das novas tecnologias e que apesar de todas as dificuldades e custos decidem implementá-la de modo a aumentar os rendimentos não só a nível económico, mas também ao nível produtivo. Numa fase inicial, em que os soutos ainda não estão a produzir castanhas, efetuar este tipo de investimentos é um custo o qual os produtores ponderam não fazer já que o investimento envolvido em todo o processo que envolve a preparação do solo, fertilização e plantação são bastante elevados e que depois ainda demoram entre 8 e 10 anos a produzir os primeiros frutos.

O uso de sondas de humidade do solo (figura 1) é uma das ferramentas que alguns agricultores estão a implementar para efetuar uma gestão de rega mais sustentável e eficiente de modo a garantir não só o aumento de produção e de calibre dos frutos (no caso de soutos em produção) como também a poupança de um bem tão essencial, a água.

Nos soutos jovens as sondas ajudam no controle de humidade no solo que é fundamental manter em níveis ideais para evitar que os castanheiros recém plantados não passem por períodos de stress hídrico pondo em causa o bom desenvolvimento dos mesmos.

As diferentes orientações em que os soutos estão instalados aliados à utilização destas sondas permite efetuar a calendarização das regas e distribuí-las durante o período do verão facilitando o maneio das águas quer seja em poços, furos ou charcas garantindo assim uniformidade e dotações adequadas nos períodos cruciais.

A utilização de imagens satélite mais concretamente do Índice de Vegetação com Diferença Normalizada (NDVI) (figura 2) é uma outra ferramenta que poucos produtores ainda utilizam para monitorizarem os seus soutos.

Através da recolha destas imagens conseguem identificar problemas ao nível de pragas, doenças e desidratação das plantas uma vez que a radiação emitida pelas plantas afetadas é diferente da radiação emitida por uma planta que se encontra em bom estado fitossanitário (…).

→ Leia o artigo completo na Revista Voz do Campo edição de outubro 2024, disponível no formato digital e impresso.

Autoria: Filipe Teixeira, engenheiro agropecuário


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