O Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA) contribui para a economia nacional com 27 mil milhões de euros na produção nacional no período de 1995 e 2028. A estes valores somam-se cerca de 3 mil milhões de euros de receita fiscal e 22.569 empregos, segundo um estudo apresentado esta semana pela EDIA (consulte aqui).
Em outras palavras, o impacto médio anual do projeto, durante os 33 anos que se estendem até 2028, é aproximadamente 364 milhões de euros. Entre as atividades económicas viabilizadas pelo EFMA o destaque vai para a agricultura.
→ 27 mil milhões de euros na produção nacional
→ 3 mil milhões de euros de receita fiscal
→ 22.569 emprego
O Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva assenta no conceito de fins múltiplos e na gestão integrada da sua reserva estratégica de água, apresentando-se como um projeto estruturante no sul de Portugal e um investimento âncora no Alentejo. A principal finalidade do empreendimento é viabilizar e promover o desenvolvimento regional nas suas vertentes económica, ambiental e social. A construção das infraestruturas no âmbito da implementação do EFMA iniciou-se em 1997, sendo o empreendimento atualmente constituído por um conjunto de 72 barragens, reservatórios e açudes, interligados por condutas e canais, que perfazem uma área de influência total de 10 000 km2.
Localizada em pleno Alentejo, a barragem do Alqueva, maior reserva estratégica de água da Europa, é a ‘Mãe d’Água’ do EFMA com a sua capacidade de armazenamento a garantir todas as valências do projeto durante, pelo menos, 3 anos consecutivos de seca, quebrando um dos principais condicionalismos ao desenvolvimento da região – a carência de água. As valências do projeto não se concentram apenas na agricultura e na abrangência da área de regadio – o Sistema Global de Alqueva tem em exploração, atualmente, cerca de 130 000 ha de regadio – , mas também no abastecimento público de água (com o reforço às albufeiras que integram o sistema e que abastecem cerca de 200 000 pessoas), na produção de energia hidroelétrica (com capacidade de abastecer 500 000 habitantes) em modo reversível com outras energias renováveis, no desenvolvimento de atividades turísticas e na preservação do território e ambiente.
O presente estudo visa compreender os efeitos estruturantes da implementação do EFMA na economia local e nacional, analisando os benefícios gerados pelo mesmo numa perspetiva holística, considerando as suas diferentes fases e os efeitos multidimensionais que a sua natureza de fins múltiplos propícia. O estudo sucede a um estudo de avaliação do impacto do EFMA realizado em 2016 que, seguindo metodologias similares e visando o mesmo objetivo, prosseguiu uma abordagem sobretudo previsional, uma vez que foi realizado numa fase menos madura da implementação do empreendimento, onde ainda nem a totalidade da 1ª fase do EFMA estava infraestruturada.
Outra conclusão importante do estudo é que o empreendimento do Alqueva já proporcionou um retorno financeiro para o Estado superior ao valor investido. Entre 1995 e 2023, o investimento público nas infraestruturas do EFMA foi estimado em 2,5 mil milhões de euros.


