Panaceia, ou nem por isso?

O trabalho aqui apresentado foi realizado no âmbito do projeto LIVING LAB – Efluentes e coprodutos da atividade agropecuária. Este projeto, com financiamento da União Europeia e PRR, visa a valorização de efluentes e coprodutos da atividade agropecuária, num enquadramento de economia circular e de resíduo zero avaliada no ‘GO-Efluentes’ e no ‘Projeto EU Nutri2Cycle’.

O projeto surge como resposta às pressões sentidas atualmente nos sistemas agrícolas, nomeadamente, a concentração geográfica e especialização da produção e a sustentabilidade destes sistemas, exigindo produções maiores com menores impactes ambientais. Neste contexto, o papel dos fertilizantes orgânicos tem gerado um contencioso, entre o ‘mineral’ e o ‘orgânico’, muitas vezes extremado por não se atender às especificidades que condicionam a resposta a este último tipo de fertilizantes.

Entre a multiplicidade de fatores que condicionam a eficiência dos fertilizantes orgânicos, está o clima regional, o solo, a espécie a cultivar, o sistema produtivo e, como é óbvio, o próprio fertilizante.

Assim sendo, e pela relevância das referidas condicionantes, o presente ensaio foi instalado em Valada/Cartaxo, num solo argiloso, numa cultura de tomate para indústria (Figura 1). Quanto ao fertilizante orgânico, face ao fraco desempenho deste tipo de fertilizante, em solos desta natureza (Rehan et al., 2024; Menino, 2024), optou-se por uma aplicação como suplemento da fertilização mineral, elegendo-se, para o efeito, um chorume de suínos e um estrume de aves compostado.

Figura 1. Campo experimental com tomate de indústria, com detalhe de uma planta de tomate, à direita

Elementos experimentais mais relevantes O ensaio de campo, com três tratamentos e três repetições, foi delineado no seio de um talhão previamente preparado para a cultura do tomate, perfazendo o ensaio um total de 9 parcelas contíguas, cada uma com uma área de 1200 m2, como se ilustra na Figura 2.

A fertilização mineral, indicada para a cultura e solo em causa, foi aplicada a todo a cultura, incluindo, pois, as parcelas experimentais. O ensaio contemplou um tratamento sem suplemento orgânico, outro com suplementação com chorume de porco e outro com suplementação com estrume de aves compostado.

A fertilização mineral, indicada para a cultura e solo em causa, foi aplicada a todo a cultura, incluindo, pois, as parcelas experimentais. O ensaio contemplou um tratamento sem suplemento orgânico, outro com suplementação com chorume de porco e outro com suplementação com estrume de aves compostado.

Resultados quantitativos da produção

Assumindo, à partida como hipótese, a perspetiva de que os fertilizantes orgânicos pudessem constituir um garante da resiliência da fertilidade dos solos, os resultados, sem prejuízo das produções no imediato, só serão atingidos na continuação deste ensaio, tal como está previsto no projeto em que se insere. Deste modo as conclusões, que neste momento se evidenciam, deverão ser interpretadas nesse contexto (…).

→ Leia este e outros artigos completos da reportagem sobre o tomate na Revista Voz do Campo  edição de abril 2025, disponível no formato impresso e digital.

Referências bibliográficas
Consultar os autores

Autoria: Regina Menino*1,2, Catarina Esteves3, Ana Cristina Ramos4,5, Marta Abreu4,6, Nelson Pereira4,6, António Sequeira7, João Gramacho7, Olga Moreira7,8,9,10, Joaquim Pedro Torres11, David Fangueiro6

1 Unidade Estratégica de Investigação e Serviços dos Sistemas Agrários e Florestais e Sanidade Vegetal (UEIS-SAFSV), Av. da República, Quinta do Marquês, 2780-159 Oeiras, Portugal; email: regina.menino@iniav.pt.
2 GREEN-IT Bioresources for Sustainability, ITQB NOVA, 2780-157 Oeiras, Portugal.
3 Forest Research Centre (CEF), Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa, Tapada da Ajuda, 1349-017 Lisboa, Portugal.
4 INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, Unidade de Tecnologia e Inovação, Oeiras, Portugal.
5 GeoBioTec – Geobiociências, Geoengenharias e Geotecnologias, FCT- -UNL, Caparica, Portugal.
6 LEAF -Linking Landscape, Environment, Agriculture and Food, LEAF Research Center, Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa, Tapada da Ajuda, 1349-017 Lisboa, Portugal.
7 Unidade Estratégica de Produção de Investigação de Produção e Saúde Animal (UEIPSA), Polo de Inovação da Fonte Boa, Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), IP. Av. Professor Vaz Portugal, Quinta da Fonte Boa, 2005-048 Vale de Santarém, Portugal.
8 Centro de Investigação Interdisciplinar Egas Moniz (CiiEM), Quinta da Granja, 2829-511 Monte da Caparica, Portugal.
9 Centro de Investigação Interdisciplinar em Sanidade Animal (CIISA), FMV-UL, Av. da Universidade Técnica, 1300-477 Lisboa, Portugal.
10 AL4AnimalS, FMV-UL, Av. da Universidade Técnica, 1300-477 Lisboa, Portugal.
11 Valinveste – Investimentos E Gestão Agrícola, Lda, Quinta Mocho Varzea, Várzea, 2005-465 Santarém


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