Desde 2001 que a Frestia, se dedica ao cultivo de vegetais em eco-estufas de vidro do tipo Venlo, a mais alta tecnologia existente nas instalações permite otimizar o clima, irrigação, uso eficiente de energia e eficiência laboral.
Todos os sensores existentes permitem medições precisas dos mais diversos parâmetros e através do programa Priva, onde é possível efetuar a programação desses mesmo parâmetros, tudo ocorre de forma automatizada de acordo com o que foi definido pelo responsável de cultivo. De tal modo que se chover um sensor deteta a chuva e automaticamente as janelas irão fechar-se para evitar que as plantas fiquem molhadas evitando o desenvolvimento de condições de humidade relativa alta propícias à proliferação de fungos, como o oídio ou a botrytis. Dos 18.8ha de eco estufas de vidro, 12.4ha são destinados à produção de pimento “snack” para consumo em fresco de mini pimento doce e 6.4ha são destinados à produção de tomate cherry em rama, igualmente para consumo em fresco.
O cultivo de tomate neste tipo de condições tem um ciclo longo, a mesma planta após plantação cresce ao longo de 50 semanas, após este período ocorre o corte da cultura, que designamos de processo de trituração, em que é utilizado um bio chopper e no espaço de 3 semanas após desinfeção e limpeza da estufa, voltamos novamente a plantar, ou seja, a estufa encontra-se vazia, sem plantas apenas durante 3 semanas ao longo de todo o ano.
Após plantar são necessárias apenas cerca de 10 semanas até que seja possível voltar a colher tomate, este cresce em substrato de fibra de coco, ao longo do tempo são efetuadas todas as tarefas necessárias para que a planta possa crescer, florescer e vingar tomate, produzindo o máximo possível. As tarefas necessárias desenvolvidas ao longo do ano, vão desde o tutorar da planta, remoção de rebentos, monda de flores (podemos decidir quanto frutos deixar por cacho), desfolha da planta, baixar as plantas, as mesmo podem crescer até aos 16 metros ou mais ao final de um ciclo, pelo que através de um “gancho” com fio que serve para tutorar a planta, é necessário desenrolá-lo e avançar a planta para a frente de modo a que ao longo das semanas os cachos formados sejam acessíveis do chão à equipa de recolha.
Quando a cultura atinge determinada altura, em que não é possível efetuar a tarefa a partir do solo, são usados carros elétricos com painel solar que entram nas linhas de cultivo e permitem trabalhar na altura que seja necessário de acordo com as boas regras de ergonomia.
A supervisão das tarefas é essencial para garantir a uniformidade das plantas e qualidade da produção, para tal contamos com uma equipa qualificada e experiente de supervisoras.
O controlo laboral tem por base o registo de tarefas e linhas num terminal que envia informação para um servidor associado a um programa de gestão laboral, do qual é possível obter por exemplo, a produtividade de cada pessoa por tarefa e apresentar o mesmo num ecrã para que todos os colaboradores possam observar como é o seu desempenho, motivando as pessoas a alcançar melhores resultados.
Uso Eficiente de Energia e Reaproveitamento de CO2 nas Eco-Estufas
Após a primeira recolha cada planta poderá formar até um máximo de 42-45 cachos num ciclo, dependendo da velocidade de crescimento que é afetada pela temperatura de 24h, luminosidade e estado geral de saúde da planta.
A nossa central de energia é formada por 3 cogerações, duas das quais produzem 3.3 Mwh de energia cada, são operadas a gás natural e das mesmas é possível reaproveitar CO2 após processo catalítico e água quente, assim como produção de energia para rede elétrica.
O CO2 injetado nas estufas, promove o aumento de produção num total estimado de até 15% mais, desde que seja possível manter um nível de CO2 na atmosfera da estufa a rondar os 650 ppm, o qual contribui para otimizar o processo fotossintético das plantas para produção de assimilados necessários ao metabolismo da planta.
A Rega
A rega é rigorosamente controlada através de sensores de humidade e balanças digitais, permitindo medir ainda a condutividade elétrica da água de drenagem e o pH no momento atual, isto dá origem a ajustes frequentes de modo que não ocorram desvios do que foi traçado no plano de cultura, mantendo as condições ótimas e evitando qualquer tipo de stress que pudesse ocorrer por anomalias a nível de irrigação.
O circuito de rega é designado de “fechado” pois toda a água de drenagem é reaproveitada e reutilizada novamente, em mistura com solução concentrada e água fresca de modo a evitar que níveis altos de sódio pudessem levar a algum tipo de stress por parte da planta, este é controlado de forma permanente através de análises de água efetuadas ao drenado, que permitem ajustes frequentes e necessários.
A visão da empresa focada na água, a base de qualquer cultivo, permitiu investir em sistemas de ultrafiltração e osmose reversa de modo ao reaproveitamento máximo de toda a água existente, assim como a construção de reservatórios necessários para ter água suficiente para um ciclo completo nos 18.8ha, qualquer gota de chuva que cai no teto das estufas é reaproveitada e encaminhada para as charcas existentes.
Nas janelas das nossas estufas estão presentes redes anti insetos/pássaros, com papel preponderante na nossa estratégia de controlo de pragas e doenças, permitem atrasar ou impedir entrada de pragas do exterior, assim como pássaros que poderiam causar danos nos nossos vegetais (…).
Saiba mais sobre a Frestia
→ Leia este e outros artigos completos da reportagem sobre o tomate na Revista Voz do Campo – edição de abril 2025, disponível no formato impresso e digital.
Autoria: Jonatan Mestre, Crop Manager Frestia





