Campo Maior voltou a ser palco da olivicultura nacional com a realização da 8.ª edição do Congresso Nacional da Olivicultura, promovido pelo CEPAAL — Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo e a Câmara Municipal de Campo Maior.

O evento, decorreu nos dias 22 e 23 de maio de 2025 em paralelo com a Feira Nacional da Olivicultura, reunindo especialistas, produtores, empresas, entidades públicas e representantes institucionais para debater o presente e o futuro do setor olivícola.

Na sessão de abertura no arranque do congresso, Gonçalo Tristão, presidente do CEPAAL, marcou o tom da jornada com um discurso próximo e cheio de agradecimentos, mas também de alertas e expetativas claras. “É com muito prazer que regressamos a Campo Maior, desta vez com o Congresso, além da Feira Nacional de Olivicultura.Durante a sua intervenção, Gonçalo Tristão não poupou palavras de reconhecimento a quem tornou o evento possível. Dos patrocinadores “sem os quais não seria viável organizar este Congresso” — às empresas olivícolas que “têm sido peças fundamentais no sucesso da olivicultura nacional”. Não esqueceu os media partners, como o Agroportal e em especial à Voz do Campo, “que muito têm ajudado na divulgação”, nem o papel determinante da agência de comunicação VALKIRIAS, cujo trabalho classificou como “profissional e incansável”.

Uma salva de palmas foi também pedida para Filipa Velez e Teresa Guilhoto do CEPAAL, responsáveis pela organização logística do evento, com o presidente a destacar: “Sem elas, nenhum de nós estaria aqui”.

O momento de abertura do Congresso ficou também marcado por uma homenagem sentida a Ana Soeiro, uma figura muito estimada no setor da olivicultura e já falecida. Gonçalo Tristão fez questão de lhe dedicar uma menção especial, recordando o contributo “incansável e apaixonado” que deu à fileira do azeite e à valorização do produto nacional.

“Foi uma grande amiga do CEPAAL e trabalhou muito por este setor”, sublinhou. A sua memória foi evocada com respeito e gratidão.

Desafios, sustentabilidade, identidade e gastronomia

O programa do congresso foi desenhado em quatro grandes painéis. O primeiro, dedicado aos desafios do setor, onde se pretendeu refletir sobre as dificuldades que continuam a marcar o caminho da olivicultura, apesar do crescimento verificado nos últimos anos. “A olivicultura portuguesa é um caso de sucesso, mas isso não significa que não tenhamos problemas.”

No segundo painel, o foco incidiu sobre o ESG (Environmental, Social and Governance) — uma sigla que já se tornou incontornável para as empresas agroalimentares. Gonçalo Tristão referiu-se às novas regras europeias e internacionais, alertando para a necessidade de as empresas estarem preparadas para os desafios legais e ambientais que se aproximam.

O congresso contou com momentos centrados na identidade do setor, com a VOZ dos produtores a ocupar o centro do debate no terceiro painel. “São eles a alma da olivicultura, são eles que sabem de onde vimos e que podem ajudar a definir para onde queremos ir. Nós todos sabemos que não é uma questão de dizer que fazemos os azeites melhores do mundo, mas sim que fazemos azeites de excelentíssima qualidade. É preciso perceber para onde queremos ir, e por isso contamos com a ajuda de alguns dos nossos produtores para nos guiarem nesse caminho”, frisou Tristão.

“Finalmente, no último painel, vamos abordar a ligação do azeite à alta cozinha e também às escolas de turismo. No CEPAAL, entendemos que cada vez mais temos de estar próximos dessas escolas, para que possam ensinar o conhecimento sobre o azeite. Afinal, nós, enquanto setor, também vamos precisar do turismo. Por isso, o CEPAAL tem dedicado várias iniciativas a esta relação entre o azeite e o turismo, porque acreditamos que essa ligação é fundamental para o futuro da nossa olivicultura.”

Um dos momentos mais significativos da intervenção de Gonçalo Tristão foi a referência à AIFO – Associação Interprofissional da Fileira Olivícola, cuja reativação foi saudada com entusiasmo. O presidente do CEPAAL reconheceu as dificuldades enfrentadas pelas direções anteriores, sublinhando que “não lhes foram dadas as condições para alcançar o sucesso que todos desejávamos” e fez questão de prestar homenagem à Mariana Matos e à Patrícia Falcão (da antiga direção), pelo esforço e dedicação. “A culpa não foi das direções, faltaram foi os meios e o apoio necessário.”

Para o presidente do CEPAAL, a promoção da olivicultura é uma tarefa coletiva e contínua. “A promoção somos nós que a temos que fazer, com a AIFO reunida com todo o setor privado, trabalhando em conjunto para fortalecer a imagem e a presença do azeite português no mercado.”No entanto, Gonçalo Tristão sublinhou que o esforço do setor não pode ser isolado: “Precisamos também do apoio da administração pública, tanto das autarquias como, fundamentalmente, da administração central.”

Durante a sua intervenção, Gonçalo Tristão deixou também uma nota especial ao Vice-Presidente da CCDR Alentejo, Roberto Grilo, destacando a sua presença constante no terreno e o seu compromisso com o setor. “O Roberto está há pouco tempo no cargo, mas já nos habituámos a vê-lo presente nos eventos, nas reuniões, junto dos produtores.” Para o presidente do CEPAAL, este envolvimento é exemplar e sublinhou a importância de ter uma administração próxima, conhecedora do terreno e disposta a ouvir. “Escutar bem é quase resolver”, disse, citando uma frase ouvida recentemente na rádio. “É isso que o setor quer. Que nos escutem com atenção, para que as soluções possam acontecer.”

É preciso que a Europa ponha gelo nos pulsos, porque isto tem de ser muito bem negociado, muito bem tratado. Se o cenário pessimista se viesse a verificar, seria fatal para as trocas comerciais, nomeadamente os produtos agroalimentares”, alertou Gonçalo Tristão, numa mensagem clara sobre a importância da diplomacia económica e da ação conjunta a nível europeu.

Com esta edição, o Congresso Nacional da Olivicultura reafirma-se como o principal espaço de reflexão estratégica da fileira do azeite em Portugal. Numa altura em que se discutem novas regras, novos mercados e novas exigências dos consumidores, os profissionais do setor mostram estar atentos, mobilizados e prontos para continuar a transformar a olivicultura portuguesa num caso de sucesso — sustentável, competitivo e enraizado na sua identidade.

O congresso decorreu em Campo Maior com várias sessões de debate e em simultâneo com a Feira Nacional da Olivicultura, que decorreu até o dia 25 de maio de 2025.

Acompanhe aqui alguns dos acontecimentos que a Revista Voz do Campo esteve a reportar:

Dia 22 de maio – Reportagem Revista Voz do Campo. Sessão da manhã: 8ª edição do Congresso Nacional do Azeite
→ Gonçalo Morais Tristão, Presidente do CEPAAL – Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo
Francisco Mondragão-Rodrigues, do Instituto Politécnico de Portalegre
Luís Rosinha, Presidente da Câmara Municipal de Campo Maior
Francisco Pavão, Vice-presidente da CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal
Pedro Santos, CEO da CONSULAI
Mariana Matos, Secretária-geral da Casa do Azeite


Dia 22 de maio 2025 – Sessão de abertura:

Gonçalo Morais Tristão, Presidente do Cepaal Alentejo
Dr. Luís Rosinha, Presidente da Câmara Municipal de Campo Maior
Roberto Grilo, Vice-Presidente da CCDR Alentejo, I.P.


Dia 22 de maio 2025 – Reportagem Revista Voz do Campo – Sessão da manhã: 8ª edição do Congresso Nacional do Azeite
→ Roberto Grilo, Vice-Presidente da CCDR Alentejo, I.P.
→ António Saraiva, Diretor Executivo do Innovplantprotect


Luís Rosinha – Presidente da Câmara Municipal de Campo Maior


Dia 22 de maio 2025 – Reportagem Revista Voz do Campo – Sessão da tarde: 8ª edição do Congresso Nacional do Azeite

Vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional da CCDR Alentejo, I.P., Roberto Grilo


Dia 22 de maio 2025 – Reportagem Revista Voz do Campo – Sessão da tarde: 8ª edição do Congresso Nacional do Azeite
→ Henrique Herculano, Responsável Azeites na Casa Relvas
→ Joaquim Sá, da empresa Paulo C. Barbosa
→ Pedro Cruz, ESG Coordinator Partner KPMG
→ Eládio Petro Gonçalves, COO da Caja Rural Del Sur – Sucursal Portugal


Dia 22 de maio 2025 – Reportagem Revista Voz do Campo – Sessão da tarde: 8ª edição do Congresso Nacional do Azeite

Filipa Velez – Diretora Executiva do CEPAAL


Dia 23 de maio 2025 – Reportagem Revista Voz do Campo. Sessão da manhã: 8ª edição do Congresso Nacional do Azeite
Pedro Lopes – Presidente da Olivum – Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal
Álvaro Mendonça e Moura – Presidente da CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal
José Duarte – Presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos

Sessão de Encerramento: 8ª edição do Congresso Nacional do Azeite (dia 23 de maio 2025)
Luís Rosinha – Presidente da Câmara Municipal de Campo Maior
Álvaro Mendonça e Moura – Presidente da CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal

Balanço final do 8.º Congresso Nacional do Azeite com Gonçalo Morais Tristão, presidente do CEPAAL – Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo, entidade organizadora do evento, em parceria com a Câmara Municipal de Campo Maior. Uma edição marcada por debates enriquecedores, partilha de conhecimento e a valorização do setor oleícola.

Não perca a reportagem especial sobre o 8.º Congresso Nacional do Azeite na edição de julho 2025 da Revista Voz do Campo.


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