O Instituto Nacional de Estatística (INE, I.P.) apresenta a edição de 2024 das “Estatísticas Agrícolas”, um retrato atual e abrangente da agricultura nacional, reportando-se a informação ao último período temporal disponível.
A publicação Estatísticas Agrícolas – 2024, está organizada em 11 capítulos, com textos de análise e respetivos quadros estatísticos. A informação divulgada cobre a atividade agrícola e alguns setores da economia nacional com ligações ao setor agrícola, incluindo temas tão diversificados como a produção vegetal, animal e florestal; a economia agrícola, analisada através das contas económicas da agricultura, da silvicultura e preços e índices de preços na agricultura, bem como o comércio internacional de produtos agrícolas e florestais, entre outros.
PRODUÇÃO VEGETAL – ANO AGRÍCOLA 2023/2024
O ano agrícola 2023/2024 foi marcado por condições meteorológicas particularmente relevantes para a atividade agrícola nacional. Classificado como muito quente e chuvoso, destacou-se como o sexto mais quente desde 1931/32, com uma temperatura média anual de 16,3°C, +0,7°C acima da normal climatológica. A precipitação total foi de 897,4 mm, superior em 53,1 mm à média 1991–2020, reforçando o carácter globalmente húmido do ciclo agrícola.
As estações do ano apresentaram anomalias relevantes: o outono de 2023 foi muito quente e muito chuvoso; o inverno 2023/24 classificou-se como o mais quente de sempre, embora com precipitação dentro da média; a primavera revelou-se quente e chuvosa, impulsionada por um mês de março excecionalmente húmido; e o verão foi quente e surpreendentemente chuvoso, com precipitações acima do normal, sobretudo em junho.
As pastagens e forragens beneficiaram das boas condições de humidade, permitindo alimentar os efetivos pecuários extensivos sem suplementação precoce. A elevada disponibilidade de alimento repercutiu-se em preços mais baixos de fenos e silagens.
Nas culturas cerealíferas de outono/inverno, registaram-se aumentos de produtividade graças à humidade do solo e ao regular desenvolvimento vegetativo, embora os preços baixos e os custos elevados tenham reduzido a margem líquida dos produtores. Já nos cereais de primavera/verão, nomeadamente no milho para grão, o cenário foi mais negativo: quebras de produtividade, redução de área (-13,6%) e a menor produção da última década.
A produção de hortícolas e batata apresentou crescimento, com aumentos de 3,1% e 10%, respetivamente, apesar de desafios como atrasos na plantação. A cultura do tomate para indústria registou um aumento de área e uma quebra na produtividade.
Na fruticultura, os resultados foram díspares: maçã (+7,2%) e laranja (+26,9%) recuperaram de más campanhas; pera e kiwi penalizados por doenças, baixa frutificação e alterações climáticas. A cereja sofreu nova quebra acentuada (-35,5%). A produção de amêndoa impulsionada por novos pomares no Alentejo foi de 91 mil toneladas, a maior da série, posicionando Portugal como o segundo maior produtor da UE, atrás da Espanha. Em contrapartida, a castanha manteve-se abaixo do potencial, apesar da qualidade elevada.
A vindima foi prejudicada por forte pressão de doenças e fenómenos climáticos adversos, com uma quebra de 8,1% na produção. Em contraste, o azeite atingiu a segunda maior produção da série estatística, com 180 mil toneladas, refletindo a maturidade do olival intensivo alentejano.
PRODUÇÃO ANIMAL – 2024
A produção total de carne situou-se nas 947 mil toneladas, refletindo um acréscimo de 4,8%, quando comparada com 2023.
A produção de carne de reses (493 mil toneladas, incluindo a carne de bovinos, suínos, ovinos, caprinos e equídeos) teve um aumento de 5,2% e a produção de carne de animais de capoeira (inclui galináceos, perus e patos) cresceu 4,6%, tendo atingido as 440 mil toneladas.
No que respeita às reses, as carnes de bovino (102 mil toneladas), suíno (376 mil toneladas) e ovino (13,9 mil toneladas) mostraram aumentos face a 2023, que foram de 3,4%, 5,5% e 12,0% respetivamente, enquanto a carne de caprino (1,0 mil toneladas) teve um decréscimo de 9,6%.
A produção de carne de frango (358 mil toneladas) cresceu 6,2%, tal como a carne de peru, que apresentou uma variação positiva de 1,6%, com uma produção de 50,9 mil toneladas. Pelo contrário, a carne de pato (11,4 mil toneladas), registou uma descida de 10,2% em relação a 2023.
A produção bruta de ovos de galinha totalizou 155 mil toneladas, um aumento de 1,4%, com o volume de ovos para consumo (132 mil toneladas) a crescer 0,7% e o de ovos para incubação (23,0 mil toneladas) a aumentar 5,9%, face a 2023.
A produção total de leite contabilizou 1 970 milhões de litros, correspondente a uma diminuição de 1,3% relativamente a 2023, com o volume de leite de vaca (1 879 milhões de litros) a reduzir-se em 1,2% e os leites de ovelha e cabra com decréscimos de 4,3% e 5,4%, respetivamente (…).
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