Licínio Pina • Presidente do Grupo Crédito Agrícola
Fundado em 1911 o Grupo Crédito Agrícola teve como foco inicial o apoio ao financiamento de agricultores em Portugal. Ao longo da sua centenária história, expandiu a sua atividade no âmbito bancário e segurador e hoje, para além das Caixas Agrícolas e da Caixa Central, o Grupo é composto por um conjunto de empresas de especialização bancária e seguradora.
Refletindo desde sempre a sua atividade no meio das comunidades rurais, dando especial atenção ao segmento da Agricultura, Silvicultura e Agroindústria, não esquecendo as cadeias de comercialização associadas, hoje em dia o setor agrícola continua assim a ser um dos mais importantes para o Crédito Agrícola, assegura o presidente do Grupo Crédito Agrícola, Licínio Pina.
Como é constituído o Grupo Crédito Agrícola?
O Grupo Crédito Agrícola (GCA) é o único grupo financeiro português, cooperativo, constituído atualmente na sua base por 75 Caixas de Crédito Agrícola, que conta com mais de 400 mil cooperantes, detendo a maior rede bancária do país, com 630 agências localizadas essencialmente em territórios de baixa densidade, associadas na Caixa Central que é a cabeça de grupo.
Foi fundado em 1911, tendo como foco inicial o apoio ao financiamento de agricultores em Portugal. Ao longo da sua centenária história, expandiu a sua atividade no âmbito bancário e segurador. O Grupo é composto, para além das Caixas Agrícolas e da Caixa Central, por um conjunto de empresas de especialização bancária e seguradora.
É um banco de portugueses para portugueses, com capitais exclusivamente nacionais, tendo sido reconhecido pelo mercado como o melhor Banco da sua categoria através da “Escolha do Consumidor 2021”, e tem sido pioneiro na oferta de serviços de pagamento inovadores aos seus clientes.
A atividade do Grupo Crédito Agrícola é tão valorizada pelas comunidades, que atualmente é reconhecido como banco privado com funções públicas, tais são as suas características de proximidade para o desenvolvimento dos territórios.
Sendo uma instituição financeira assente no setor agrícola, o que é que este hoje representa no seu universo?
Desde sempre que o Grupo Crédito Agrícola tem refletido a sua atividade no meio das comunidades rurais, dando especial atenção ao segmento da Agricultura, Silvicultura e Agroindústria, não esquecendo as cadeias de comercialização associadas. O setor agrícola continua assim a ser um dos mais importantes para o Crédito Agrícola. Somos o banco com a maior exposição no mercado ao setor agrícola.
O GCA tem sabido auscultar e interpretar as necessidades dos seus Clientes e Associados, indo ao encontro das suas ambições, apoiando os projetos e operações que contribuam para a melhoria da qualidade de vida, em suma, praticando e representando uma banca de proximidade, responsável, inovadora e sustentável.
É possível destacar alguma fileira mais expressiva?
O GCA trabalha de forma abrangente com as fileiras mais representativas do setor. O Crédito Agrícola está onde a agricultura estiver. Nós somos o banco da agricultura.
Temos um leque de soluções financeiras e de proteção, através dos seguros Vida e seguros Reais, e de serviços globais e inclusivos, pelo que temos apoiado as iniciativas dos agentes económicos das várias fileiras do setor tanto a nível local, como regional e nacional.
Qual o setor que mais tem recorrido às soluções do GCA?
Temos vindo a apoiar todos setores agrícolas, mas permito-me destacar o setor vitivinícola pela importância que o mesmo tem no PIB agrícola, o que nos levou a eleger o vinho como um produto de excelência, e com o qual todos os anos promovemos o Concurso de Vinhos CA, em parceira com a Associação dos Escanções de Portugal, para atribuição de medalhas de ouro aos nossos melhores produtores, Clientes do Crédito Agrícola. Destacaria também o setor do azeite para o qual também reservamos uma atenção especial no âmbito da Ovibeja, patrocinando o Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio CA Ovibeja.
Qual é em média o valor anual de crédito concedido a este segmento?
O montante será de cerca de algumas centenas de milhões de euros, notando-se um incremento contínuo. De um total de carteira superior a 11 mil milhões de euros, cerca de 30% é do setor agrícola.
Quais as necessidades sentidas para o CA ter avançado para os Seguros Agrícolas? Qual tem sido a aceitação e quais os mais utilizados? Há novidades para breve?
Sendo um Grupo que tem como missão estar ao lado dos seus Clientes oferece, através da sua seguradora Crédito Agrícola Seguros, uma vasta gama de seguros que permite estabilizar os rendimentos dos agricultores, nomeadamente os seguros CA Colheitas, CA Pecuário, CA Incêndio Agrícola ou CA Estufas. E ainda os seguros que protegem a exploração: CA Tractores Agrícolas, CA Acidentes de Trabalho, CA Multirriscos Empresas e CA Responsabilidade Civil de Exploração.
A Crédito Agrícola Seguros tem sido pioneira nos Seguros de Colheitas criando novas coberturas como a do escaldão na uva para vinho, a cobertura de desavinho e a cobertura de chuvas persistentes na cultura do tomate de indústria. A seguradora tem sido um dos principais parcerias dos diversos Governos na evolução dos vários sistemas de Seguro de Colheitas Bonificados.
A CA Seguros, por seu lado, continua a inovar nos seguros de colheitas, promovendo diversos estudos de novas coberturas que venham ao encontro da necessidade dos seus Clientes e lhes proporcionem a segurança que necessitam para que, quando haja um sinistro que destrua a sua produção (florestal, pecuária ou agrícola) os mesmos possam manter a sua atividade.
Em suma, existe um enorme potencial de crescimento neste setor e o Grupo Crédito Agrícola é um parceiro estratégico, pelo profundo conhecimento adquirido, pelas soluções e serviços que apresenta e pela proximidade que cultiva com as entidades locais que agregam os agricultores (por exemplo, as adegas cooperativas e as organizações de produtores).
Que iniciativas tem o Crédito Agrícola para promoção e dinamização da agricultura nacional? Que impacto têm tido?
O Crédito Agrícola tem uma histórica ligação à agricultura e aos agricultores. Desde sempre tem dado um inegável contributo para a sua modernização e desenvolvimento, sendo um propulsor do desenvolvimento socioeconómico regional e local e um ator no combate à desertificação.
Além do contributo direto às iniciativas das comunidades locais, por parte das Caixas Associadas que compõem o GCA, o Grupo tem tido um papel fundamental na literacia financeira e nas suas múltiplas formas de prestação de serviços de aconselhamento na área das linhas de crédito específicas. Também é reconhecido o apoio aos agricultores no domínio da antecipação das ajudas ao rendimento, e aos investimentos estruturais necessários no domínio da transição energética, da transição digital nas explorações agrícolas, tornando mais eficiente as suas operações agronómicas no sentido de mitigar as alterações climáticas e melhorar o ambiente, contribuindo para os diferentes ODS.
Em concreto podemos indicar como apoio ao setor os prémios de inovação do setor agrícola, pecuário, florestas e agroindústrias, que todos os anos atribuímos a projetos inovadores, selecionados por um júri especializado, e os já referidos prémios de vinhos e azeites (…).
→ Leia a entrevista completa na edição de janeiro 2022 da Revista Voz do Campo.
