Introdução:

A estévia (Stevia rebaudiana) é um arbusto perene da família Asteraceae, nativo do nordeste do Paraguai (Barbet-Massin et al., 2016).

Esta espécie tem sido usada como adoçante desde a década de 1940 e cultivada em todo o mundo (Cosson et al., 2019). As suas propriedades edulcorantes, conhecidas desde a antiguidade, são devidas ao alto teor de glicosídeos, sobretudo nas folhas, em concentrações de 4 a 20% da matéria seca (BarbetMassin et al., 2016). O esteviosídeo e o rebaudiosídeo A são os glicosídeos de esteviol com mais interesse para a substituição do açúcar.

O esteviosídeo é menos interessante que o rebaudiosídeo A, devido à sua menor solubilidade em água, menor capacidade edulcorante e por ter um gosto amargo final (Yadav et al., 2011).

A razão entre as duas substâncias (r = rebaudiosídeo A/ esteviosídeo), a concentração de glicosídeos e a produção de biomassa seca das folhas são parâmetros económicos importantes na avaliação dos genótipos de estévia, para a sua seleção com os objetivos de produção e de uso em programas de melhoramento genético. Os glicosídeos de esteviol são utilizados como aditivos alimentares naturais não calóricos de sabor adocicado, devido ao aumento da incidência da obesidade e de diabetes em todo o mundo. Além disso, estas substâncias têm propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias, antioxidantes, antivirais, cardiotónicas e diuréticas. Os esteviol-glicosídeos foram aprovados como aditivos alimentares na Europa, com o código E960 (UE, 2011). As folhas podem ser utilizadas diretamente ou as substâncias adoçantes podem ser extraídas e usadas em forma líquida ou em granulado/pó (…).

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Autoria: Maria Margarida Ribeiro1,2,3,4, Joana Domingues 2, Tatiana Diamantino2, Conceição Vitorino1 José Carlos Gonçalves1,2,3
1Instituto Politécnico de Castelo Branca, Escola Superior Agrária (IPCB/ ESA), Castelo Branco. Portugal.
2Centro de Biotecnologia de Plantas da Beira Interior (CBPBI), Castelo Branco. Portugal.
3Centro de Estudos de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade (CERNAS), Instituto Politécnico de Castelo Branco. Castelo Branco, Portugal.
4Centro de Estudos Florestais (CEF), Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal.