A apresentação e debate do tema da edição n.º 26 da publicação CULTIVAR – “Agricultura biológica e outros modos de produção sustentável”, decorreu a 15 de dezembro de 2022 no Salão do Marquês do Ministério da Agricultura e da Alimentação, em Lisboa.

O Diretor-Geral do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP), Eduardo Diniz, efetuou o enquadramento da sessão e do tema em debate, seguindo-se uma breve apresentação do panorama da agricultura e produção biológica em Portugal por Rogério Ferreira, Diretor-Geral da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR). A mesa redonda contou com a participação de Catarina Grilo (Bióloga, Associação Natureza Portugal / World Wide Fund For Nature), Francisco Bento dos Santos (Quinta do Monte D’Oiro), João Madeira (Engenheiro Agrónomo) e Pedro Pimentel (Diretor-Geral, Centromarca). A moderação do painel foi assegurada por Magda Fontes (Professora, Faculdade de Medicina Veterinária-ULisboa).

A reflexão  sobre este tema assume relevância, decorrente do facto de os modos de produção sustentável estarem no centro das estratégias e políticas europeias em termos agroambientais e alimentares. Sendo um dos principais objetivos da agricultura biológica a preservação dos recursos e a manutenção do elevado nível de biodiversidade, os convidados salientaram os grandes desafios deste modo de produção. Desde o aumento e divulgação do conhecimento e apoio técnico junto dos agricultores, ao estímulo do consumo de produtos biológicos, ao desenvolvimento da organização da produção em agricultura biológica, ao aumento da oferta de produtos biológicos e aumento do número de Bio-regiões.

Entre os fatores associados a esta temática, foram mencionados alguns que são determinantes não só para a evolução do setor, assim como para o cumprimento da meta de conversão de pelo menos 25% das terras agrícolas da União Europeia (UE) em agricultura biológica até 2030. Foram destacados fatores como a mecanização nos modos de produção sustentável, o investimento em práticas de trabalho das plantas, dos animais e do solo de forma sinérgica, a redução da dependência de recursos externos, o maior escrutínio dos resultados, a diferenciação de preços junto do consumidor, a introdução de novas abordagens para promoção e comercialização destes produtos.

Durante o debate foram questionadas as soluções que poderão contribuir efetivamente para uma redução da pegada ambiental em convergência com a biodiversidade, segurança e abastecimento alimentar. Para além disso, a aposta na formação, a partilha de boas práticas de gestão e a ênfase no selo ao invés da marca “bio” poderão favorecer práticas de consumo sustentável e uma maior adesão a modos de produção sustentável.

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Edição n.º 26 da CULTIVAR disponível em Publicações CULTIVAR