Introdução

Os consumidores têm vindo a alterar os hábitos alimentares influenciados por valores ambientais e de bem-estar animal e pelo interesse em consumirem alimentos cada vez mais saudáveis e saborosos. Estas alterações requerem sistemas de produção que permitam a obtenção de produtos animais utilizando melhores e mais sustentáveis técnicas de produção.

O leite é considerado um alimento essencial. Contém numerosos nutrientes sendo um alimento completo, de elevado valor biológico e de grande polivalência alimentar (Haug et al., 2007). O leite e/ou produtos lácteos como o queijo e o iogurte são grandes fontes de proteína e de cálcio e devem fazer parte de uma dieta saudável e equilibrada. As proteínas do leite são ricas em aminoácidos essenciais e a gordura de leite contém mais de 30% de ácidos gordos monoinsaturados e polinsaturados (USDA, 2017).

A composição química do leite pode ser modificada através da alteração do regime alimentar da vaca. Os alimentos utilizados influenciam a síntese de ácidos gordos voláteis (AGV) no rúmen, ácidos acético, propiónico e butírico. A proporção molar destes AGV no rúmen vai influenciar depois, direta ou indiretamente, a capacidade das células epiteliais secretoras do úbere para sintetizar os constituintes sólidos do leite (proteínas, ácidos gordos e lactose). A fração lipídica do leite é a mais suscetível com variações na quantidade de gordura e na sua composição em ácidos gordos monoinsaturados, polinsaturados e conjugados do ácido linoleico (CLA) (Ryhänen et al., 2005).

Metodologia
O trabalho decorreu na Qta da Sr.ª de Mércules, propriedade da Escola Superior Agrária de Castelo Branco com 166 ha. Teve como objetivos avaliar o efeito que a substituição de um regime alimentar com base em silagem de milho por outro regime alimentar com base em pastagens de regadio teve sobre a produção e a composição do leite.

Foram escolhidas 6 vacas Holstein Friesian na mesma fase de produção e com diferentes números de lactação. A variação dos dois regime alimentares isoenergéticos (NRC, 2001) incidiu sobre: utilização de silagem de milho como alimento forrageiro base; utilização de pastagem de consociação gramíneas X leguminosas como alimento forrageiro base. Cada período de alimentação foi precedido por 7 dias de habituação ao novo regime alimentar. A produção de leite foi registada diariamente (n=168 por tratamento); ao sétimo dia do início de cada regime alimentar foram recolhidas amostras de leite por vaca (2 amostras por período de alimentação; n=24 por tratamento) para determinação da composição química do leite (teor em gordura, composição em ácidos gordos, teor em proteína, composição em aminoácidos e quantidade de ureia no leite).

O delineamento experimental foi uni-fatorial para estudar o efeito do regime alimentar com dois níveis (silagem de milho ou pastagem) sobre a quantidade e composição química do leite produzido. Utilizou-se o teste t-student para comparação dos valores médios (…).

→ Leia o artigo completo na edição de abril de 2018.

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