Como Técnico posso dizer que a nutrição e defesa da planta após a colheita dos seus frutos é uma prática fundamental, para que no ano seguinte seja um ano de produção. Esta etapa ocorre durante os meses de setembro e outubro, onde terminam as fases vegetativas das folhas.

Antes da planta hibernar, ou seja, antes de entrar em repouso vegetativo, a mesma irá acumular reservas, tais como açúcares e aminoácidos, mas também elementos como o Azoto, o Boro, o Molibdénio entre outros nutrientes fundamentais para o seu ciclo biológico. Estas reservas são guardadas no seu lenho, raízes e folhas.

Caso o fruticultor não lhes proporcione elementos fundamentais, causará falhas drásticas no seu desenvolvimento floral e inflorescências, que consequentemente resultarão em poucas flores vingadas e poucos frutos a colher, pois podemos salientar que o resultado de uma má nutrição é um abortamento floral.

Por fim, friso que é no pós-colheita que devemos fazer o uso de bioestimulantes, nutrientes e reguladores vegetais, para uma reposição hormonal equilibrada, pois ganha melhores defesas contra bactérias e fungos, para além de endurecimento da parede celular.

É no pós-colheita que devemos fazer o uso de bioestimulantes, nutrientes e reguladores vegetais, para uma reposição hormonal equilibrada

Contudo, não é só a nutrição que é importante, temos de dar igual importância à defesa da planta.

Na Cova da Beira, principalmente nas prunóideas (cerejas e pêssegos), subsiste a presença de cancros, que podem ser travados com o uso de ‘Gluconatos de Cobre’ no pós-colheita. Mesmo sendo de teor de cobre reduzido têm a capacidade de penetrar e circular na seiva da planta, pela via xilema e floema, desencadeando um processo de defesa. Este tipo de doenças manifestam-se do interior para o exterior da plana, e por este motivo é no seu interior que deve ser feito o combate.

Como Agrónomo, posso orientar, informar e fornecer, mas nunca forçar, mas deixo um conselho aos produtores: “faça sempre o pós-colheita bem, pois a decisão de uma colheita melhor é sua”.

Autoria:
Bruno Costa,
Técnico Agrícola
Agripro