O XI Encontro Nacional de Produtores de Mirtilo dedicou uma das suas sessões ao Controlo de Qualidade: Colheita e Pós-Colheita, numa Mesa Redonda com moderação de Pedro Brás de Oliveira, Investigador do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e nome incontornável quando falamos de pequenos frutos em Portugal. À volta do debate estiveram algumas empresas / OP como a COAPE, Bfruit – Hortifruit, Fruit FulBerries e Green Factor.

Mesa Redonda – Controlo de Qualidade: Colheita e Pós-Colheita

E neste tema tão vasto a primeira questão que se impõe é saber até que ponto a qualidade do mirtilo produzido em Portugal tem vindo a melhorar. Pedro Brás de Oliveira começa pela ressalva de que existem muitas realidades diferentes no país. “Desde o pequeno produtor que colhe a sua produção para venda no mercado local, em que é o próprio comprador que “impõe” uma determinada qualidade e que o satisfaz, até à grande exploração que tem que competir nos mercados internacionais”. No Encontro foi possível observar a realidade de Sever do Vouga com os “pioneiros” da cultura que hoje lutam pela produtividade dos seus pomares e pela concorrência da nova genética que faz com que as cultivares ainda utilizadas nesta região se encontrem praticamente obsoletas. No entender do investigador, produtores de maior dimensão têm que adaptar-se rapidamente às transformações que estão a ocorrer nesta área da fruticultura, quer pela dimensão da sua exploração quer pela comercialização conjunta.

Portugal está a exportar mirtilo a granel sem qualquer marca comercial

E, sublinha, “infelizmente Portugal tem vindo a ser conhecido nos mercados europeus pelas piores razões facto a que não é alheio a exportação fragmentada que o país oferece. Se analisarmos as estatísticas do INE para o ano de 2021 verificamos que Portugal produziu, nesse ano, cerca de 17 mil toneladas, mas apenas exportou 5 mil e seiscentas o que representa menos de um terço do mirtilo produzido. Podemos especular sobre o que representam estes números, mas uma realidade é concreta, Portugal está a exportar mirtilo a granel sem qualquer marca comercial”.

Ângela Marques, diretora do departamento de qualidade da Bfruit tem uma opinião semelhante e considera mesmo que não é linear falar da qualidade e consequentemente da sua melhoria. Neste último ano, por exemplo, a cultura foi bastante afetada por pragas o que comprometeu a qualidade no geral. Contudo a profissionalização dos produtores e a aposta em novas variedades têm contribuído para uma significativa melhoria na qualidade (…).

Leia a reportagem completa na edição de dezembro 2022 da Revista Voz do Campo.