O Projeto Oryzonte de Agricultura Sustentável procura demonstrar que a aplicação de técnicas de irrigação intermitente (Húmido e Secagem Alternativa, AWD) pode reduzir em 60% as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) produzidos pela cultura do arroz em Sevilha (Espanha).

Recentemente foram comunicados os primeiros resultados do Projeto, onde se explica que os campos de arroz de Sevilha, como os de muitas outras regiões, são cultivados em condições de inundação, tornando-os uma importante fonte de emissões antropogénicas de gases com efeito de estufa, sendo o metano (CH4) o gás predominante nesta cultura.

Embora as emissões possam ser estimadas através dos modelos existentes, a precisão destes modelos precisa de ser avaliada através da amostragem direta das emissões dos campos de arroz. No entanto, ainda não foi comunicada qualquer amostragem de emissões de GEE de explorações agrícolas comerciais de arroz em Sevilha.

Neste contexto, a Oryzonte recolheu amostras e analisou as emissões de gases com efeito de estufa de 3 parcelas, tanto na fase de cultivo como durante o período de pousio de inverno, aplicando em cada uma delas um cenário diferente de gestão da água. A monitorização abrangeu o período de junho de 2019 a junho de 2020.

O programa, inteiramente financiado pelas empresas Mars Food, Herba Ricemills (Ebro Foods) e Danone, como parte do seu compromisso empresarial para a sustentabilidade da sua cadeia de valor e a mitigação das alterações climáticas, visa melhorar a sustentabilidade do cultivo de arroz em Sevilha em três áreas-chave: água, emissões de gases com efeito de estufa e biodiversidade, tendo obtido resultados altamente satisfatórios em cada uma delas. Como ação transversal, o projeto incluiu também atividades de formação com produtores de arroz da região.

Seguindo a explicação, a primeira parcela implementou irrigação intermitente (AWD), uma prática que visa proporcionar períodos de aeração (acto ou efeito de aerar [1]) do solo durante o ciclo de cultivo. A segunda parcela implementou a não inundação no inverno, uma prática que se concentra em não inundar os campos após a colheita, aumentando assim o período de oxigenação dos solos. Finalmente, a terceira parcela foi utilizada como controlo, para obter a linha de base e verificar se as práticas aplicadas reduzem efetivamente as emissões de GEE.

→ Leia o artigo completo na edição de janeiro 2023 da Revista Voz do Campo.

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