Resumo:

No ano agrícola de 2021/2022, foi levado a cabo um ensaio de campo, na Herdade Experimental da Almocreva (Beja) pertença da Universidade de Évora, com o objetivo de estudar a eficácia de dois herbicidas de pré-emergência, no controlo do Lolium rigidum G. (erva-febra) e infestantes dicotiledóneas, na cultura do trigo mole (Triticum aestivum L.).

Fig. 1. Aspeto geral do ensaio

Um dos herbicidas estudados foi o comercialmente designado de TAISEN® 800 EC, cuja substância ativa é o prossulfocarbe e o outro, de nome comercial BATUTA®, cuja substância ativa é o diflufenicão. Fizeram-se dois tratamentos com duas doses diferentes do TAISEN® 800 EC e dois tratamentos com a dose mais baixa do TAISEN® 800 EC, misturada com duas doses do BATUTA®. O TAISEN® 800 EC, mostrou uma boa eficácia no controlo do Lolium rigidum, principalmente para a dose mais alta de aplicação, mas uma baixa eficácia no controlo das infestantes dicotiledóneas (folha larga) presentes no ensaio.

A mistura dos dois herbicidas, conduziu a uma alta eficácia no controlo do Lolium e das infestantes dicotiledóneas, principalmente para a dose mais alta do BATUTA®, o que se refletiu também, numa maior e significativa produção de grão por unidade de área, na cultura do trigo.

Introdução:

O herbicida TAISEN® 800 EC apresenta-se na formulação de concentrado para emulsão com 78,9 % (= 800 g L-1) de prossulfocarbe. Esta substância ativa pertence ao grupo químico dos tiocarbamatos não iónicos e hidrofóbicos. É um herbicida sistémico, seletivo, de largo espetro de ação em infestantes mono e dicotiledóneas, de aplicação em pré-emergência das culturas do trigo, da cevada e das infestantes, ou quando estas tiverem menos de duas folhas e, as culturas, no máximo duas folhas. São suscetíveis ao herbicida TAISEN® 800 EC, as seguintes infestantes: cabelode-cão-anual (Poa annua L.); apera-sedosa (Apera spica-venti (L.) P. Beauv); erva-de-febra-brava (Poa trivialis L.); rabo-de-raposa (Alopecurus myosuroides Huds.); azevém (Lolium spp.); junco-dos-sapos (Juncus bufonius L.); amor-de-hortelão (Galium Aparine L.); margação (Anthemis arvensis L.); morugem- branca (Stellaria media (L.) Vill.); lâmioroxo (Lamium purpureum L.); fumária (Fumaria officinalis L.); erva-moira (Solanum nigrum L.); armoles (Atriplex patula L.); catassol (Chenopodium album L.); thlaspio (Thlaspi arvense L.); verónica (Veronica spp); Bolsado-pastor (Capsella bursa-pastoris L.); orelha-de-rato (Myosotis arvensis (L.) Hill.); violeta-dos-campos (Viola arvensis Murray).

Autor:
José F. C. Barros
Departamento de Fitotecnia, Escola de Ciências e Tecnologia, Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED), Instituto de Investigação e Formação Avançada (IIFA), Universidade de Évora, Núcleo da Mitra, 7002-554, Évora, Portugal.