Landscape Farm: comercialização de produtos locais, produzidos “com a natureza”, nos solos e climas locais.
Local: São Vicente do Paúl – Santarém
- João Cancela:
Quando se fala em Agricultura Biológica, tem de falar-se forçosamente em produtores certificados. A evolução tem sido grande, com muitos produtores a procurarem as entidades certificadoras para entrarem no mercado ou fazerem a sua conversão da agricultura convencional para a agricultura biológica. A produção em modo biológico é forçosamente mais cara no curto prazo e na pequena escala da grande maioria dos produtores certificados. Contudo, os mesmos prestam imensos serviços de conservação de solo, água, paisagem, coesão territorial, prevenção de fogos rurais, diminuição da pegada ecológica alimentar, redução de combustíveis fósseis, etc, que fazem deles verdadeiros prestadores de serviços de ecossistemas. Este é um benefício social que não deve (e não pode) ser diretamente repercutido nos preços ao consumidor, sob risco de termos preços só acessíveis a poucas bolsas, pese embora o interesse que muita gente tem em se alinhar com estes princípios. Assim, importa que as políticas agrícolas e ambientais reconheçam o papel dos agricultores biológicos na valorização dos serviços dos ecossistemas e os mesmos sejam devidamente remunerados por essas atividades sociais que prestam a toda a comunidade e à sustentabilidade das gerações futuras.
Quanto às dificuldades que enfrenta o MPB, aponto os preços acrescidos face à concorrência da agricultura convencional subsidiada, burocracia significativa no processo de certificação de pequenas explorações multi-funcionais, falta de extensão rural específica, produtores muito isolados entre si e pouco associativismo.
A certificação é um processo voluntário através do qual o produtor demonstra ao mercado que cumpre as regras necessárias para obter a sua confiança num modo de produção muito mais exigente e respeitador da natureza que a agricultura convencional (…).
→ Leia este e outros artigos completos na edição de abril 2023 da Revista Voz do Campo.
