“A potencialidade do nosso país para a Horticultura e dos nossos produtores é imensa, mas precisamos de uma mudança de mentalidades para sermos ainda melhores”

A Associação Portuguesa de Horticultura (APH) continua fiel ao seu propósito inicial de apoiar e fomentar o progresso da Horticultura e de contribuir para o aperfeiçoamento científico e técnico dos seus membros, passados 47 anos desde a sua fundação. Quem o afirma é a presidente da direção, Ana Cristina Ramos, em vésperas da realização das 8as Jornadas Ibéricas de Horticultura Ornamental que decorrem nos dias 12 e 13 de outubro, na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra.

O que é hoje a Associação Portuguesa de Horticultura (APH), passados 47 anos desde a sua fundação?

A Associação Portuguesa de Horticultura continua fiel ao seu propósito inicial de apoiar e fomentar o progresso da Horticultura e de contribuir para o aperfeiçoamento científico e técnico dos seus membros, estimulando a cooperação entre eles, através da organização de simpósios, jornadas, colóquios, competições formativas, e das nossas publicações técnico-científicas, de que são exemplo as Atas Portuguesas de Horticultura, a Revista da APH, o Mãos à Horta, uma das nossas mais recentes publicações não periódicas, entre outras.  ‘InFormamos Horticultura’ é o nosso lema.

Quem são os seus associados e o que representam no universo da horticultura em Portugal?

Em primeiro lugar é preciso esclarecer que a Associação Portuguesa de Horticultura atua em cinco grandes áreas da Horticultura Lato sensu: Fruticultura, Viticultura, Olivicultura, Horticultura herbácea e Horticultura ornamental. Os nossos associados são oriundos de todas estas áreas e subdividem-se em: 45% técnicos, 31% produtores e empresas agrícolas, 13% investigadores, 6% estudantes, 5% outros.

Qual tem sido a evolução do setor em Portugal?

A evolução da Horticultura Lato sensu foi tremenda nos últimos 20 anos, tanto ao nível técnico, ou seja, na forma de produzir e de transformar os produtos, como no que se refere à sua comercialização. As exportações são um bom indicador, ora vejamos, as exportações nacionais de frutas, legumes e flores mais do que duplicaram – de 780 milhões de euros, em 2010, para 2000 milhões de euros, em 2022 -, as exportações de vinho português quase que duplicaram – de 595 milhões de euros, em 2007, para 925 milhões de euros, em 2022 – e no caso do azeite quintuplicaram – de 161 milhões de euros, em 2010, para 930 milhões de euros, em 2022.

No entanto, não devemos perder de vista que em alguns subsetores Portugal depende em grande medida de importações, é o caso da batata, pois produzimos apenas 40% da batata que consumimos. Mas há outros setores, como o azeite (264%), o vinho (113%) ou os frutos (82%) em que estamos numa posição muito confortável no que se refere ao autoaprovisionamento (…).

↓ Leia a entrevista completa na Revista Voz do Campo, edição de outubro 2023.