Ao longo dos séculos, a agricultura tem incansavelmente procurado formas de maximizar a sua produção e eficiência.
No entanto, no contexto atual de crescente escassez de recursos naturais, como a água, é crucial adotar abordagens inovadoras e sustentáveis. Atualmente a disponibilidade de água doce está diminuindo em todo o mundo, devido a fatores como, alterações climáticas, urbanização e má gestão dos recursos hídricos. Diante deste desafio, a agricultura de precisão e o uso eficiente da água surgem como soluções promissoras. Como sabemos, a agricultura de precisão envolve o uso de tecnologias avançadas, que permitem aos agricultores monitorar e gerenciar com precisão as necessidades de água das suas plantações. Ao coletar dados em tempo real sobre a humidade do solo, a evapotranspiração das plantas e as condições climáticas, os agricultores podem adaptar os seus métodos de irrigação de acordo com as necessidades específicas das culturas. Isto resulta numa utilização mais eficiente da água, evitando tanto a escassez quanto o desperdício deste precioso líquido.
Na adoção de boas práticas no uso da água, devemos incluir técnicas como a irrigação por gota a gota, sem esquecer o sistema enterrado que direciona a água diretamente às raízes das plantas, reduzindo as perdas por evaporação e lixiviação. Outras práticas incluem a gestão adequada da drenagem e a reciclagem de água em sistemas agrícolas. O uso de coberturas vegetais e técnicas de conservação do solo também ajudam a reter a humidade e reduzir a necessidade de uma irrigação mais frequente.
O investimento em agricultura de precisão e no uso eficiente da água não apenas contribui para a conservação dos recursos hídricos, mas também traz benefícios económicos significativos. Ao reduzir o desperdício de água, os produtores diminuem consequentemente os custos no regadio e por conseguinte conseguirão aumentar as suas margens de lucro. Além disso, a adoção destas práticas sustentáveis fortalece a resiliência dos sistemas agrícolas, tornando-os mais capazes de enfrentar os desafios colocados pelas alterações climáticas.
A Revista Voz do Campo, reconhece a importância e a oportunidade do tema, pelo que publica nesta e próximas edições, várias entrevistas e trabalhos de investigação, para melhor percebermos o que se está a fazer em matéria de regadio em Portugal, e que projetos de futuro se equacionam para minimizar os efeitos dos cada vez mais sucessivos períodos seca.
Boas leituras!