45% das áreas vitícolas mundiais situam-se na Europa, onde se produz 59% do vinho mundial. Portugal é o quinto país com maior área de produção de uvas na UE, 192 028 ha, 5,4% do total1 , depois de Espanha, França, Itália e Roménia.
Portugal tem 14 regiões vitivinícolas e uma grande diversidade de vinhos com personalidade própria, graças à enorme quantidade de castas autóctones (mais de 250) e à diversidade de climas e solos2. Esta grande variedade de castas em Portugal é um tesouro nacional.
Cultura da vinha. Experiências no terreno
A plantação da vinha é efetuada através da plantação de estacas enraizadas com dois anos de idade, em outubro-novembro ou março. No que respeita aos cuidados a ter com a cultura, o solo em que a vinha é plantada deve ser mantido livre de ervas daninhas através de intervenções periódicas.
A cobertura morta da cultura revela-se uma prática eficaz para controlar o crescimento de ervas daninhas na linha, de acordo com várias experiências realizadas em culturas de vinha recém-plantada em Itália e em França. A aplicação de cobertura morta em estacas enraizadas em viveiros também pode ser uma prática bem sucedida. Em algumas zonas vitícolas do sul de França e da África do Sul, a utilização de filme na plantação de vinhas limita a concorrência das ervas daninhas com as estacas jovens, ao mesmo tempo que promove o crescimento através do aumento da temperatura e da humidade do solo e permite uma produção precoce.
A cobertura do solo evita danos nas estacas enraizadas devido a herbicidas ou à lavoura no primeiro ano. No entanto, o filme de plástico não biodegradável não pode ser facilmente removido do solo, pelo que acaba por causar contaminação no solo.
Para este efeito, os filmes biodegradáveis de cobertura do solo fabricadas com Mater-Bi foram optimizadas para esta aplicação, que mostrou resultados positivos em termos de desenvolvimento vegetativo das plantas, entrada precoce em produção e melhor qualidade e quantidade de uvas. Os testes foram efetuados em culturas de vinha nas seguintes regiões:
– Toscana
– Apúlia
– Calábria
– França
Os dados recolhidos nestas diferentes realidades territoriais, tanto em campos experimentais como em culturas produtivas, são convergentes e demonstram o seguinte:
– redução das ervas daninhas na linha, por um período de 6 a 18 meses (dependendo das condições climáticas, do tipo de solo e da espessura do filme);
– aumento do desenvolvimento vegetativo (rebentos mais longos nas plantas com cobertura em comparação com as plantas sem cobertura);
– desenvolvimento ótimo das raízes;
– antecipação da entrada em produção até um ano;
– melhoria da qualidade do produto.
As estacas enraizadas mostraram:
– redução eficaz das ervas daninhas;
– melhor enraizamento das estacas;
– redução do stress hídrico;
– melhor desenvolvimento do sistema radicular das estacas, com um maior número de raízes principais e secundárias.
Dados agronómicos
Estacas
O estado de stress hídrico da planta pode ser obtido a partir da medição da condutividade estomática, que indica a libertação de CO2 da planta nos estomas, dando assim uma indicação do estado aberto/fechado dos estomas. Uma planta não stressada mantém os estomas abertos e transpira, ao contrário de uma planta stressada que tende a fechá-los para não perder água. Por conseguinte, valores mais elevados de condutividade indicam um menor stress hídrico da planta (…).
Para mais informações, visite o site: novamontiberia.es
→ Leia o artigo completo na Revista Voz do Campo: edição de junho 2024
¹ Vineyards in the EU – statistics (May 2022) https://ec.europa.eu/ eurostat/statistics-explained/index.php?title=Vineyards_in_the_EU_-_ statistics
² A Shared Passion with Wines (Spain and Portugal) – OIVE – ViniPortugal https://asharedpassion.com/vinos-de-portugal/
³ Tarricone L., Guerrini S., Impallari F.M., Savino M., Amendolagine A.M., “Evaluation of the effects of biodegradable mulching on vineyard soil management”. Cartel presentado a “XXXIV World Congress of Vine and Wine, The Wine Construction”, 20-27th June 2011, Oporto, Portugal, 2011. Gastaldi E., Touchaleaume F., Chevillard A., Berger F., Jourdan C., Coll P., Toussaint M., Rodrigues ., “Agronomic performances of biodegradable films as an alternative to polyethylene mulches in vineyards”, 18th International Symposium GiESCO 2013, Porto
