Em termos da ocupação de área das pastagens tem estado muito estável. “É evidente, que em muitos sistemas Agro-Silvo-Pastoris o recurso às pastagens tem sido uma mais-valia até para manutenção das espécies que estão nesses sistemas”, declara João Paulo Carneiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Pastagens e Forragens (SPPF).

“O ideal é ter uma consociação entre gramíneas e leguminosas para satisfazer de forma mais completa a dieta do animal”

O presidente da SPPF revela que a forma mais económica para alimentar os animais é o recurso às pastagens e forragens, para isso é preciso uma boa gestão da pastagem. E o que é uma boa gestão da pastagem? Questiona João Paulo Carneiro. “Passa por se fazer uma fertilização adequada, por se fazer um pastoreio com oportunidade e regime adequado e de considerar um encabeçamento que não seja excessivo nem esteja abaixo do desejável”, explica. Para o animal ter uma alimentação completa convém ter uma diversidade de plantas que aportem ao animal as diferentes necessidades nutricionais que precisa. “O ideal é ter uma consociação entre gramíneas e leguminosas para satisfazer de forma mais completa a dieta do animal”, considera ainda João Paulo Carneiro.

“O papel das pastagens na proteção dos solos é evidente. Os solos são a base para a produção agrícola. Um dos problemas que temos é ter solos com baixo teor de matéria orgânica, ora se conseguirmos desenvolver práticas que possam permitir manter ou melhorar essa fertilidade e as pastagens fazem-no, justifica-se assim a utilização das pastagens na fruticultura, vinha (…) onde, por exemplo, vamos reduzir as erosões do solo, as compactações que muitas vezes são intrínsecas às atividades que temos de fazer nesses pomares e vinhas”, reforça.

Ao terminar, João Paulo Carneiro, realça que as principais ideias a reter da 43º Reunião de Primavera são as funções e a importância que em ternos económicos, sociais e ambientais as pastagens têm. “As apresentações que decorreram na Reunião foram também no sentido de evidenciar a multifuncionalidade das pastagens”, remata.

→ Leia o artigo na Revista Voz do Campo: edição de junho 2024