A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e a Associação Espanhola de Jovens Agricultores (ASAJA) juntaram, em Cáceres, nos dias 18 e 19 de setembro, mais de 300 agricultores portugueses e espanhóis para debater o mundo rural e alertar para necessidade de os dois países concertarem posições na Europa, no âmbito do IV Congresso Ibérico Agropecuário e Florestal.

IV Congresso Ibérico Agropecuário e Florestal, uma organização conjunta da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e da ASAJA – Associação Espanhola de Jovens Agricultores, juntou as principais personalidades do mundo rural português e espanhol, em Cáceres, Espanha.

Na sua intervenção, Álvaro Mendonça e Moura, Presidente da CAP, deixa uma palavra de solidariedade para com “todos os agricultores e produtores florestais portugueses que foram afetados pelos recentes incêndios que assolaram o país”, agradecendo também “a importante ajuda que Espanha concedeu no combate aos fogos”.

Referindo-se ao quadro de mudança a que assistimos na União Europeia, sublinha que “nos traz esperança, com a nova Comissão a dar alguns primeiros sinais positivos no que diz respeito à defesa dos agricultores, quando comparados com o trabalho realizado nos últimos anos”. Por isso, defendeu: “Unidas, com posições concertadas e objetivos comuns, a CAP e a ASAJA devem dizer aos seus governos que trabalhem juntos pelo futuro da agricultura”.

Por sua vez, Pedro Barato Triguero, presidente da ASAJA, refere: “Desafios comuns necessitam de soluções conjuntas. Este Congresso, alicerçado na união da CAP com a ASAJA, decorreu perante uma recém-formada legislatura europeia, o que apresenta uma grande oportunidade de mudança pela qual temos de trabalhar, defendendo sempre os interesses da Península Ibérica, mas também do Sul da Europa”.

A necessidade de gerir e armazenar de forma mais eficiente a água, as potencialidades da agricultura regenerativa e a oportunidade dos créditos de carbono para a atingir a neutralidade das emissões de dióxido de carbono até 2050 na União Europeia foram igualmente temas de destaque no IV Congresso Ibérico Agropecuário.

Neste domínio, a CAP e a ASAJA concordam com o princípio “poluidor-pagador”, mas reiteram igualmente que o “despoluidor” deve ser recompensado, defendendo o papel preponderante da agricultura enquanto agente de mitigação das alterações climáticas.

Ambas as entidades prometem discutir este assunto junto do regulador europeu, destacando que este sistema confere maior resiliência ao meio ambiente perante fenómenos climáticos extremos, maior disponibilidade de água, maior produtividade agrícola e novos fluxos de rendimento aos produtores agrícolas.

O Secretário de Estado da Agricultura, João Moura, o produtor em pecuária-extensiva, Joaquim Capoulas e o diretor executivo da CropLife Portugal, João Cardoso, foram umas das personalidades com presença no Congresso.

À nossa reportagem, o Secretário de Estado da Agricultura, João Moura, sublinha a importância deste evento para o fortalecimento da cooperação entre Portugal e Espanha no setor agrícola e florestal. “Desde logo, este Congresso foi um momento de encontro entre as instituições representativas da agricultura portuguesa e espanhola, e os temas discutidos são de extrema pertinência e atualidade”, afirma, sublinhando que “os desafios enfrentados por ambos os países são muitas vezes comuns, sendo necessária uma estratégia conjunta para enfrentar estas questões e demonstrar, tanto dentro da União Europeia como fora dela, que há territórios com realidades comuns e necessidades urgentes” (…).

A Revista Voz do Campo acompanhou o IV Congresso Ibérico Agropecuário e Florestal.

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