A AS Perdigão, empresa orizícola com sede no concelho de Salvaterra de Magos, fundada em 1943 por António Silva Perdigão, tem mantido e expandido a produção de arroz ao longo de décadas, superando desafios, mas ao mesmo tempo inovando.

Diogo Travassos, da quarta geração da família, partilha à nossa reportagem, uma visão clara de continuar a tradição familiar e ao mesmo tempo modernizar e aumentar as produções. O jovem recém-formado em engenharia agronómica, conta-nos que a ASP, além de produzir o tradicional arroz carolino e agulha, diversificou a sua produção para incluir outras variedades, como o arbóreo, ideal para risotos. Diogo Travassos acredita na importância de oferecer um leque variado de produtos para atender à procura do mercado e às preferências dos consumidores.

Questionado para se pronunciar sobre os grandes desafios em produzir arroz em Portugal, Diogo Travassos afirma que “desde logo, os agricultores enfrentam a questão do preço, com custos de produção elevados em todos os aspetos, como a água e energia, passando pela mão de obra e equipamentos”. Para fortalecer o seu argumento, diz Diogo Travassos que “há um grande défice de pessoas dispostas a trabalhar no campo, especialmente em condições difíceis como o calor. Apesar da evolução tecnológica, a presença humana ainda é essencial em muitas etapas da produção”. Além disso, a falta de rotação de culturas torna os campos suscetíveis a infestantes, o que reduz a produtividade.

A produção de arroz está intimamente ligada ao uso de água, um recurso essencial que regula a temperatura necessária para o crescimento do arroz. “Embora este ano Portugal não tenha enfrentado problemas significativos com a disponibilidade de água, é uma preocupação constante (…). Se bem que o arroz não gasta água, o arroz usa a água”, explica ainda.

A ASP investe continuamente na melhoria da sua estrutura e na formação dos seus funcionários, procurando um maior profissionalismo e rigor em todas as etapas da produção. “O nosso objetivo é crescer, não só em termos de área cultivada, mas também na forma como fazemos as coisas, com maior eficiência e qualidade”, sustenta.

Já sobre o consumo de arroz carolino, a variedade tradicional portuguesa, na opinião de Diogo Travassos tem diminuído devido à globalização e às mudanças nos hábitos alimentares dos consumidores. As variedades como o basmati, os vaporizados e o arroz de sushi têm ganho popularidade. “As pessoas hoje em dia têm menos tempo e preferem opções mais rápidas (…) não têm 20 minutos para preparar um arroz como as nossas avós tinham”, observa Diogo Travassos (…).

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