Nos dias 14 e 15 de março, aproximadamente mil congressistas participaram ativamente nos dois dias intensos de palestras, workshops e exposições, realizados no Hotel Vila Galé em Évora, no âmbito da 16ª edição das Jornadas HVME – Hospital Veterinário Muralha Évora, sob o tema “Pecuária Inteligente”.
O ministro da agricultura e pescas, José Manuel Fernandes, presidiu à sessão da abertura desta 16ª edição, deixando bem claro a importância estruturante do sector agrícola para a economia do país e referindo-se aos agricultores como os guardiões do ambiente. “O ambiente e a sustentabilidade não têm fronteiras e muitas das preocupações espelhadas nos debates destas jornadas, como a sustentabilidade, a rentabilidade, a inovação e o bem-estar animal, entroncam com o trabalho que temos vindo a desenvolver no Ministério da Agricultura e Pescas ao longo do último ano”, refere o ministro acrescentando que o Apoio ao Rendimento Base (ARB) passou de 82€ para 126€ por hectare.
O tema da prescrição médica eletrónica e o cumprimento do objetivo em reduzir 50% os medicamentos antimicrobianos foram abordados, assim como, a questão da biossegurança no combate às doenças que atingem as explorações portuguesas, nomeadamente o reforço do apoio ao rendimento dos produtores que recentemente viram os seus rebanhos afetados pela Língua Azul. Em relação às restrições impostas por conta das questões ambientais que impactam a produtividade, José Manuel Fernandes salientou a importância da “lei da reciprocidade” porque não se pode explicar a um agricultor europeu para não usar determinados fitofarmacêuticos na sua produção e depois importar produtos de fora que não estão sujeitos às mesmas regras. “Toda a emissão de gases da União Europeia (UE) corresponde a 6% dos gases emitidos no mundo.
Não quer dizer que a UE não faça a sua parte porque reconhecemos a importância de sermos sustentáveis. Agora o que não está certo é nós diminuirmos as emissões de gases e outros países aumentarem-nas produzindo sem regras com todas as implicações inerentes”, afirmou José Manuel Fernandes salientando que o Bem-Estar Animal voltou a estar no sítio certo, sob a tutela do Ministério da Agricultura e Pescas. Refere também a necessidade de chegarmos a um equilíbrio no que toca à conciliação entre sustentabilidade e produtividade. “Apoiamos a produção biológica, temos as medidas agroambientais e a necessidade de rotulagem vai garantir o modo de produção ao consumidor sendo que o conceito de sustentabilidade tem de ser mais valorizado”, acrescenta o ministro.
A Revista Voz do Campo foi o parceiro oficial deste evento.
O congresso, que nasceu com o foco na pecuária extensiva, tem como objetivo melhorar o desempenho de cada exploração através do conhecimento que é ali partilhado. O presidente da comissão organizadora das Jornadas, o veterinário Nuno Prates, realçou a importância da transferência de conhecimento de sectores que se encontram mais profissionalizados. “Este ano resolvemos convidar oradores que trabalham nos sectores das aves, dos porcos e do leite dado que são áreas mais profissionalizadas e organizadas que podem dar outro know how e aportar conhecimento ao sector da pecuária extensiva. Todo o conhecimento partilhado faz-nos crer que estamos no bom caminho, o do associativismo, no sentido de ganharmos escala para crescermos e deixarmos as mais-valias do sector aqui e não em outros agentes económicos”, acrescenta Nuno Prates afirmando que o agricultor é um ambientalista e que a pecuária extensiva respeita a natureza. “Tentamos inovar em cada edição e este ano tivemos uma conferência com várias palestras dedicada exclusivamente a médicos veterinários onde tivemos duzentos inscritos”, diz o presidente da comissão organizadora salientando que tudo fará para que o congresso aconteça com o mesmo nível de qualidade técnica e científica em 2026.
(Re)veja alguns momentos:
Mais desenvolvimento em breve na Revista Voz do Campo.
16.ªˢ Jornadas Internacionais do Hospital Veterinário Muralha de Évora