A pecuária extensiva é um setor importante para a gestão do território e para a economia portuguesa.

Baseia-se na utilização de recursos naturais locais com baixa utilização de fatores de produção externos, que permite o aproveitamento de recursos indisponíveis para outro tipo de atividade agrícola, promovendo a biodiversidade e o sequestro de carbono no solo.

De forma a contribuir para o aumento da sustentabilidade ambiental e económica deste sistema agrário, o INIAV lidera o projeto GEEBovMit – Mitigação das emissões de GEE na produção de bovinos de carne – pastagens, forragens e aditivos naturais (abril/2022 a setembro/2025), com abrangência nacional e financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Os seus objetivos operacionais são a redução das emissões de gases com efeito de estufa provenientes das práticas pecuárias e agrícolas e o aumento do sequestro de carbono nos solos.
Para execução das diferentes ações, foi constituído um consórcio com 17 entidades dos setores público, associativo e privado.

 

O GEEBovMit está subdivido em 3 subprojetos ou linhas de ação (LA): LA 3.1, LA 3.3 e LA 3.4

LA 3.1 – ALIMENTAÇÃO ANIMAL, o foco é o estudo de um suplemento lipídico em dietas para ruminantes, rico em compostos halogenados voláteis (CHG) obtido por imersão da alga Asparagopsis taxiformis em óleo vegetal. Para além do efeito nas emissões de metano, serão também considerados os impactos sobre o bem- -estar e a saúde dos animais, o metabolismo ruminal e a qualidade e segurança dos produtos (carcaças e carne). Para execução desta ação foram realizados ensaios in vitro para determinação do efeito de doses crescentes de CHG na metanogése e assim determinar as doses a utilizar nos ensaios com animais de produção. Os trabalhos realizados procurarão ainda encontrar formas inovadoras para o processamento do óleo, com vista a melhorar a sua preservação e estabilidade e garantir a inocuidade da sua utilização para os animais.

LA 3.3 – FERTILIZAÇÃO DO SOLO, o objetivo é otimizar a produção forrageira através da aplicação diferenciada de fertilizantes químicos azotados ao mesmo tempo que se contribui para a conservação do solo, já que a sementeira das duas forragens de corte múltiplo (azevém anual e mistura forrageira biodiversas) é realizada utilizando um semeador de sementeira direta, que é uma técnica de agricultura de conservação. Para a monitorização das culturas estão a ser utilizadas tecnologias de sensores para deteção remota e próxima (GreenSeaker®). Simultaneamente, está a ser avaliada a capacidade de rebrote das forragens após a utilização invernal e a produção e a qualidade da matéria seca em diferentes momentos do ciclo. Também está a ser efetuada uma conta de cultura anual, essencial para avaliar os custos e receitas da produção de cada tipo de forragem, de forma a poder avaliar com rigor qual a melhor solução (…).

→ Leia o artigo completo na Revista Voz do Campo: edição de junho 2024

Autoria: Teresa Carita, Nuno Simões, João Paulo Carneiro e José Santos-Silva
Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P.