Fundão reúne as mais modernas soluções de mecanização e toda a gama de produtos e serviços para uma atividade económica que se pretende sempre mais eficiente.

Pedro Neto, vereador da Câmara Municipal do Fundão

Pedro Neto, vereador da Câmara Municipal do Fundão, em entrevista traça-nos todos os detalhes da III edição da FIA – Feira de Inovação Agrícola do Fundão. Uma plataforma de inovação que decorre de 10 a 13 de outubro, na Praça Amália Rodrigues, junto ao Centro de Negócios e Serviços do Fundão, mas também nas Quintas Experimentais do Município, com aproximadamente 40 hectares, onde as principais empresas que operam no negócio agrícola em Portugal vão mostrar – em condições reais – as mais modernas soluções de mecanização e toda a gama de produtos e serviços disponíveis para uma atividade económica que se pretende sempre mais eficiente. 

Esta é a terceira edição da FIA – Feira de Inovação Agrícola do Fundão, que mostra ter ultrapassado as fronteiras locais e se tornou num evento de âmbito nacional. Concorda?

Sim, esta é a 3ª edição, e vamos novamente celebrar a agricultura da nossa região com um foco na inovação. É um momento de partilha de experiências e de capacitação de todos os intervenientes ligados ao setor agrícola. É um evento profissional voltado para os agricultores e empresas agrícolas, especialmente da nossa região, mas que também já atrai participantes de todo o país. O nosso objetivo é dar acesso ao que há de melhor em termos de inovação, seja em Portugal ou na Europa, trazendo soluções que possam ajudar a capacitar as nossas empresas e agricultores. Com isso, a FIA já se posiciona como um evento relevante para o setor agrícola nacional.

O município do Fundão é amplamente reconhecido pela sua dinâmica no setor agrícola. Pode falar sobre como essa geografia privilegiada facilita a realização de um evento como a FIA?

O Fundão é um concelho rural por excelência, com uma grande diversidade de culturas e microclimas. Isso faz com que sejamos um verdadeiro laboratório agrícola, permitindo que realizemos um evento focado em diversas fileiras de produção. Esta diversidade possibilita o desenvolvimento de soluções inovadoras aplicáveis a várias culturas. Um mosaico extremamente diversificado de culturas e isso possibilita-nos poder ter um evento dentro deste enquadramento da inovação para este setor.

O que os participantes podem encontrar na Feira este ano? Sabemos que haverá colóquios, máquinas e equipamentos. Pode dar uma visão geral?

Desde o início, focamos muito na inovação, tanto em produtos quanto em soluções. Queremos mostrar que o mundo rural mudou, e que hoje temos agricultores preocupados com questões como a eficiência hídrica e a regeneração do solo. A Feira oferecerá apresentações sobre robótica agrícola e novas práticas que aumentam a eficiência e a rentabilidade dos agricultores. Além disso, teremos demonstrações de máquinas inovadoras, colóquios com especialistas e oficinas de automação, sempre com o objetivo de capacitar e mostrar o que há de mais novo no setor. Queremos que as pessoas tenham a perceção que a agricultura é um setor em franco desenvolvimento e queremos que soluções mais inovadoras estejam presentes. Nesse sentido, fizemos de facto esforços nas primeiras edições e nesta edição procuramos novos parceiros para continuarmos a abrir novos caminhos. No fundo, posicionar o evento como uma plataforma e que possa trazer um conjunto de soluções inovadoras e que possam ser uma solução para a nossa região e para o nosso país.

A inovação é, então, o foco central da Feira?

Sem dúvida. O foco da FIA é sempre a inovação. Muitas empresas já participam pela segunda ou terceira vez, mas continuamos a incentivá-las a trazer novidades com novos produtos e novas soluções. Este ano, por exemplo, o número de empresas participantes aumentou consideravelmente em relação ao ano passado.

Os produtos e soluções inovadoras vêm de empresas privadas, públicas, ou investigação?

Temos um pouco de tudo. Contamos com empresas privadas, muitas “start-ups”, e também temos empresas locais, além de universidades e projetos públicos. O importante é que qualquer entidade que tenha um projeto ou produto relevante para o setor agrícola pode participar. Queremos reunir o que há de melhor para poder acrescentar ao nosso setor agrícola.

Como tem sido o feedback ao longo destas edições? O evento tem contribuído para o incremento agrícola nacional?

Pessoalmente tenho sentido isso. Como já referi, a agricultura está em desenvolvimento e acredito que momentos como este e plataformas como a FIA possam ser uma boa forma de começarmos a adotar mais rapidamente tecnologia. São momentos como este, que também ajudam que essa disseminação da informação possa fluir mais rapidamente e possam perceber melhor o impacto positivo que este tipo de soluções pode acrescentar à exploração e à rentabilidade no final ao agricultor.

O feedback que recebemos é de que a Feira se destaca pela abordagem inovadora, tanto nas conferências quanto nos produtos e equipamentos em exposição.

Pode destacar alguns dos principais temas ou inovações desta edição?

Temos uma vasta gama de soluções inovadoras, como a robótica e novas máquinas agrícolas. Mas, vamos ter também tecnologias inovadoras relacionadas, por exemplo, com a água, a purificação da água relacionadas com eficiência hídrica. Não gosto de destacar uma única área, pois as inovações presentes atendem a diferentes perfis de visitantes. Cada um encontrará algo que se encaixe nas suas necessidades, seja em termos de equipamentos ou de soluções tecnológicas para as suas explorações.

E quantos aos oradores? Pode mencionar alguns destaques?

Teremos oradores de várias geografias, tanto nacionais quanto internacionais. Vamos abordar temas como agenda mobilizadora – blockchain – de descentralizar Portugal, a importância dos ecossistemas empreendedores na agricultura de base rural. No tema da carne, todos os “grandes players” do setor estarão presentes. Além disso, contaremos com especialistas de vários países, como Alemanha, França, Egito e Marrocos, que trarão as inovações mais recentes das suas regiões. Será uma troca de partilha, de experiências e conhecimentos.

Qual a razão dos temas em debate?

Tanto nas últimas 2 edições como nesta, focamo-nos em temas que achamos que merecem um destaque maior, em função do que está a decorrer no nosso país. Sem dúvida, temas como a eficiência hídrica e a sustentabilidade são centrais. Vamos dedicar um dia inteiro, no sábado, à questão da água, com apresentações de projetos como o regadio Gardunha Sul e o MED-WET, focados em novas tecnologias de gestão de água. Vamos ter uma conferência dedicada aos jovens agricultores, um tema tão importante para o setor sobretudo nesta perspetiva da transição de jovens agricultores e o acompanhamento que têm que ter. No domingo, vamos abordar o tema que é inevitável e incontornável no Fundão, a cereja, em que vamos focar-nos na questão da proteção da cultura. No domingo à tarde, vamos ter também uma conferência sobre a forma como comunicamos no setor agrícola, que conta com a parceria da Voz do Campo, que nos ajudará a apontar caminhos para o futuro sobre qual a melhor forma de comunicar e como é que podemos superar alguns obstáculos neste momento (ver caixa).

No contexto agrícola, o que será o concelho do Fundão daqui por uma década?

Esperemos acima de tudo que seja um concelho mais preparado e mais adaptado. Aquilo que queremos são agricultores mais capacitados, mais resilientes, mais bem preparados para aquilo que o futuro lhes reserva e que a sua atividade perdure durante vários anos. É, isso que nos preocupa. 

Para finalizar, como vê a agricultura em Portugal?

Vejo um futuro no qual os territórios precisam ser cada vez mais especializados e dotados de infraestruturas tecnológicas. Se conseguirmos implementar sistemas como estações meteorológicas e outras ferramentas que forneçam dados em tempo real, poderemos tomar decisões mais acertadas e aumentar a rentabilidade das culturas. A inovação e a adoção de tecnologia serão fundamentais para enfrentar os desafios futuros. Se nós não nos dotarmos deste tipo de soluções, muitas dificuldades irão sentir e correm obviamente outro tipo de risco.

→ Conheça a programação completa da III edição da FIA – Feira de Inovação Agrícola do Fundão em: https://feirainovacaoagricola.pt/programa


Não perca a Mesa Redonda – “Inovar na comunicação: O setor agrícola agradece”

(13 de outubro) – 14H30 – 17H00

  • Jornalista de TV (Alexandre Salgueiro – CMTV)
  • Jornalista Imprensa escrita especializada (Paulo Gomes – Revista Voz do Campo)
  • Movimento Ambiente e Produção Alimentar – MAPA (Graça Mariano)
  • Agência de Felicidade Organizacional (Teresa Preta – Your Happy Mode)
  • Especialista em Marketing e Comunicação (João Gomes – Voz do Campo Editora)
  • Empresa de consultoria Agrícola (Pedro Santos – Consulai)
  • Organização de Produtores (João Rodrigues – Agromais e Alqueva Plus)
  • Engenheiro Agrónomo e Mestre em Zootecnia (Bruno Costa)

Uma organização da Revista Voz do Campo.

 

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